Portugal melhorou significativamente a sua posição económica, com a dívida a cair, o défice controlado e o setor bancário a melhorar, demonstrando capacidade para se reformar e disciplinar, mas o desafio agora é “manter o rumo” e “mostrar que o consegue fazer no longo prazo”. Quem o diz é Christine Lagarde, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, em entrevista à RTP1, esta quinta-feira.
No campo das reformas, Lagarde elege o mercado laboral e a educação como as áreas onde é necessário “continuar a insistir”.
Relativamente ao setor bancário, a líder do FMI sublinhou que a situação “melhorou imenso”, mas que “o trabalho de limpar os bancos e torná-los seguros deve continuar”.
Falando sobre o brexit, Lagarde reconheceu riscos para o país: “Portugal não está inteiramente protegido porque há muito comércio entre Portugal e o Reino Unido e têm uma grande atividade de serviços, que é o turismo, amplamente aberto ao Reino Unido”.
E acrescentou: “Um bom amigo meu dizia ‘tenham receio do regresso dos vossos sogros’. Imagina se todos os reformados do Reino Unido que vivem em Portugal, tivessem agora de voltar para o Reino Unido… Os sogros voltariam…”.
Quanto ao impacto na EU, disse que “dependerá se a saída for com acordo ou não”, destacando alguns países com ligações comerciais mais profundas com o Reino Unido, como a Irlanda e a Holanda.
Em vésperas de eleições na UE, Christine Lagarde considera que a “prioridade número um” da Europa deve ser combater o desemprego jovem e diminuir as “excessivas desigualdades” nos países, que têm vindo a aumentar.
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