
O ministro do Ambiente anunciou esta quarta-feira que será construído um oleoduto para abastecer o aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, que aproveitará uma conduta de água existente, num investimento de cerca de 40 milhões de euros para estar concluído em 2021.
“Vai ser construído, aproveitando a conduta do Alviela, da EPAL, que passa tangente à CLC [Companhia Logística de Combustíveis, em Aveiras] e vai até dois a três quilómetros do aeroporto [de Lisboa]. Está neste momento a ser desativada”, afirmou João Pedro Matos Fernandes, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas.
Este oleoduto estará construído até ao final do primeiro semestre de 2021, e representa um investimento de cerca de 40 milhões de euros, acrescentou o governante.
“Esse investimento será sempre feito por entidades privadas. Temos neste momento uma candidatura para o poder fazer, utilizando aquele que é o melhor dos canais que é a conduta do Alviela, uma conduta com 150 anos que abastece Lisboa e que está em curso ser desativada, porque já existem outras alternativas”, afirmou o governante, no final da audição.
Neste momento, acrescentou, está a ser avaliada “juridicamente” essa candidatura por parte da CLC – Companhia Logística de Combustíveis, S.A, controlada pela Galp, que é a empresa responsável pela exploração do oleoduto entre Sines e Aveiras de Cima e também pela armazenagem e expedição de combustíveis na instalação de Aveiras de Cima.
“Se for encarada como uma atividade de transporte, encaramos a possibilidade de negociar diretamente com esse interessado, se for entendida juridicamente como atividade de distribuição, vamos muito rapidamente fazer um concurso público onde vamos dizer onde queremos que passe esse oleoduto, que é uma absoluta necessidade”, acrescentou.
Segundo o responsável, em causa está um canal com uma distância de cerca de 50 quilómetros entre Aveiras, onde fica o parque de armazenamento de combustíveis, e o aeroporto de Lisboa.
Entretanto, precisou, também têm que decorrer negociações com a ANA – Aeroportos de Portugal, “não só porque este oleoduto tem que entrar dentro do aeroporto, como vai ser necessário reforçar a capacidade de tancagem que hoje existe no próprio aeroporto”.
Matos Fernandes reconheceu que, apesar de alternativas ao abastecimento do principal aeroporto do país ser “um assunto antigo”, “naturalmente foi acelerado a partir daquilo que aconteceu e que mostrou a fragilidade que o aeroporto de Lisboa tem”, aludindo à greve dos motoristas de matérias perigosas.
Atualmente, o abastecimento de combustível para os aviões que utlizam o aeroporto Humberto Delgado é exclusivamente garantido por camião-cisterna. A greve realizada em abril pelos camionistas de matérias perigosas chegou a condicionar a operação no principal aeroporto do país.
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