A poupança dos portugueses atingiu máximos como não se via desde 2002, mas a capacidade de financiamento face ao exterior diminuiu. São duas das conclusões do Boletim Económico do Banco de Portugal que está a ser apesentado esta quarta-feira pelo governador, Mário Centeno.
O boletim de 2020 mostra uma situação económica “fortemente condicionada pela pandemia”, em que, depois de sete anos de crescimento e de redução de risco em vários setores institucionais, houve uma quebra do PIB na ordem dos 7,6 por cento segundo as estimativas do Banco de Portugal. Esta queda é superior à contração de 6,8 por cento verificada na zona euro, “refletindo uma maior exposição ao turismo”, como se l no comunicado do banco central.
Ainda assim, as medidas de mitigação da crise económica, com apoios às famílias e às empresas, permitiram diminuir alguns impactos, como o caso do desemprego em que o lay off simplificado e o mecanismo de apoio à retoma explicam a subida de apenas 0,3 pp, para 6,8%.
O rendimento disponível dos particulares até aumentou com a poupança das famílias a tingir os 12,8 por cento do rendimento disponível, um valor que não se via desde 2002. Contudo, segundo o comunicado, “a economia portuguesa reduziu a sua capacidade de financiamento face ao exterior”.
Têm sido as linhas de crédito com garantia pública e o regime de moratórias a garantir a liquidez das empresas. Assim, o crédito à economia cresceu e, portanto, também o endividamento do setor privado, mas o regime de moratórias permitiu minorar o serviço da divida.
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