
A pobreza e a privação são intergeracionais, de acordo com o estudo publicado esta quinta-feira pelo banco central, e quanto maior são as fragilidades, mais significativa é a dimensão deste fenómeno.
Segundo este trabalho, em Portugal, os adolescentes que cresceram em famílias com dificuldades financeiras têm uma maior probabilidade de viverem em privação material e social na idade adulta (+13,7 pontos percentuais) ou em risco de pobreza (+6,7 pp).
Quanto maior é a fragilidade na infância, maior é depois a transmissão das dificuldades entre gerações, defende o estudo “A Transmissão Intergeracional da pobreza e da Privação Material e Social em Portugal.”
Os autores acrescentam ainda que “a educação é um poderoso mecanismo para quebrar a persistência intergeracional da privação e da pobreza”, quanto maior for o nível de escolaridade alcançado, menos dificuldades financeiras vão ter os indivíduos.
No entanto, a privação e a pobreza limitam a progressão escolar dos adolescentes.
O estudo conclui que “existe uma forte transmissão intergeracional da educação, catalisada pela situação financeira dos agregados familiares, que contribui para preservar o ciclo de transmissão intergeracional da pobreza e da privação.”
Tornam-se, assim, essenciais “políticas multidimensionais que intervenham desde o início do ciclo de vida dos indivíduos”, defendem os autores.
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