
A Alemanha, a maior economia da Europa, corre sérios riscos de entrar em recessão, admitiu esta segunda-feira o Bundesbank.
Segundo o banco central alemão, a economia do país pode estar a recuar este verão, depois de já ter registado uma contração no segundo trimestre.
Contas feitas, aumenta o risco de uma recessão, ou seja, dois trimestres consecutivos em perda.
Em causa, de acordo com o relatório mensal do Bundesbank, está a descida da produção industrial e das encomendas ao setor.
A penalizar a economia alemão está ainda a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a saída do Reino Unido da União Europeia.
O economista João Cerejeira afirma que qualquer sinal de instabilidade económica na Alemanha afetará toda a Europa. Caso se confirme, Portugal deverá sentir as ondas de choque no próximo ano.
“Quando as principais economias mundiais começam a abrandar, o reflexo na economia portuguesa tende a ter um ‘leg’ de um a dois anos”, afirma João Cerejeira, em declarações à Renascença.
“O facto de estarmos este ano a crescer acima da economia alemã, e provavelmente não vamos ter nenhum trimestre com diminuição do crescimento do PIB até ao final do ano, o que poderá querer dizer que vamos sentir esse abrandamento no próximo ano e, eventualmente, no ano seguinte”, sublinha o economista.
A revista “Der Spiegel” avançou, na semana passada, o plano alemão para contrariar uma eventual recessão. Passa por aumentar o investimento e contrair mais dívida, indo assim ao encontro do que várias instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a União Europeia e os próprios Estados Unidos têm pedido nos últimos anos.
[notícia atualizada às 18h46]
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