Ativos tóxicos passaram para o Novo Banco de “forma inexplicável”, afirma o ministro das Finanças, Mário Centeno, que aponta responsabilidades ao anterior Governo PSD/CDS.
Na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças, Mário Centeno declarou que “o buraco do Novo Banco não nasceu nesta legislatura”.
O ministro disse aos deputados que o “buraco já existia” e foi passado para o banco bom de “forma inexplicável”.
Por isso, o governante defende a importância da realização de uma auditoria para saber como foram concedidos créditos de pouca qualidade ao longo de muitos anos.
A administração do Novo Banco anunciou, na semana passada, que vai pedir mais 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução para se recapitalizar.
“A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima”
Na audição desta quinta-feira em sede de comissão parlamentar, o deputado do PSD Duarte Pacheco disse que o Governo não pode ter sido surpreendido por estes montantes de perdas, uma vez que foi este executivo que aceitou a venda ao fundo Lone Star e a criação de um mecanismo de compensação para perdas, até 3.890 milhões de euros, questionando o ministro quanto irá custar no total o Novo Banco.
“Se nada tem a esconder, aceite que a auditoria seja a tudo o que tem acontecido. A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima”, disse o social-democrata.
Em resposta, Centeno disse que neste caso o que está a vir ao de cima é o resultado das decisões tomadas aquando da resolução, no verão de 2014, quando ficaram no Novo Banco – então tido como ‘banco bom’ – ativos que se revelaram ‘tóxicos’.
“O que foi tentando esconder como banco bom, não era, era um banco muito mau. (…) E é como o azeite, a parte má que deixaram ficar no Novo Banco vem sempre ao de cima”, afirmou.
[em atualização]
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