O ministro das Finanças, Mário Centeno, nega a existência de um “défice mascarado”, com sugeriu esta semana a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins.
“Não faço a menor ideia do que a Catarina Martins se refere. Mas não faço mesmo”, afirmou Mário Centeno, esta sexta-feira, em entrevista à RTP3.
“Trabalhámos muito de perto ao longo da legislatura na preparação dos grandes momentos orçamentais e entre máscaras e coisas irreais posso garantir que não é algo que exista nas contas portuguesas”, assegura o ministro das Finanças.
O também presidente do Eurogrupo garante que “as contas portuguesas trouxeram a credibilidade à política económica e orçamental portuguesa no exterior, mas mais importante do que isso trouxeram e confiança aos portugueses, trabalhadores e empresas que hoje não consumimos para pagar com impostos no futuro, hoje quando atingimos equilíbrio nas contas públicas podemos garantir que não estamos a adiar pagamentos para o futuro”.
Mário Centeno defende que a provar a confiança na economia portuguesa estão: o nível de investimento, que é quase o dobro em relação aos anos da troika, “uma progressão extraordinária”, diz; e o facto de, esta sexta-feira, “a taxa de juro portuguesa a dez anos ter passado, pela primeira vez, para níveis inferiores a Espanha”.
“Carga fiscal é elevada e tem que ser reduzida”
O ministro das Finanças reafirma que Portugal está, atualmente, “mais preparado do que em 2008” para enfrentar uma eventual crise mundial e mantém as metas económicas para este ano, nomeadamente ao nível do défice e do crescimento.
“Não quero exorbitar otimismo, mas quero que tenhamos confiança no trajeto, mas que reconheçamos as dificuldades para uma economia muito aberta como a portuguesa.”
A oposição acusa o Governo de ser responsável pela “maior carga fiscal de sempre”. Nesta entrevista à RTP3, Mário Centeno reconhece que “a carga fiscal é elevada e tem que ser reduzida”.
No entanto, o governante sublinha que essa redução “não pode ser feita à custa das gerações futuras. Com o Orçamento do Estado para 2019 não estamos a pôr custos adicionais nos orçamentos futuros”, frisou.
Mário Centeno não promete aumentar o número de escalões na próxima legislatura, mas confirma que há 200 milhões de euros previstos para aliviar a fatura do IRS.
Questionado se vai continuar ministro das Finanças se o PS formar Governo na sequência das eleições legislativas de 6 de outubro, Mário Centeno respondeu: “isso é uma decisão que está por tomar” e não manifesta preferência sobre parceiros de coligação no caso de uma nova “Geringonça”.
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