
A Confederação do Turismo Português (CTP) lamenta a ausência do setor no modelo de desenvolvimento económico e social do país apresentado no documento elaborado pelo gestor e professor universitário, António Costa Silva.
O presidente da CTP, Francisco Calheiros lembra, em comunicado, o peso do setor: “o turismo tem crescido acima da economia nacional, é a maior atividade exportadora do país, sendo responsável por 52% das exportações de serviços, as receitas turísticas registam um contributo de 8,7% para o PIB e assegura 7% do emprego”.
Para o líder da confederação, “é incompreensível que documento não tenha em conta estes indicadores e praticamente ignore a relevância do turismo na recuperação da economia”.
Francisco Calheiros sublinha que o setor deu o seu contributo para o crescimento do país, “não há turismo a mais, nunca houve, mas sim outras atividades económicas a menos. Vamos ser penalizados por isso?”, questiona.
Turismo tem que fazer parte do plano de recuperação
A Confederação defende que o turismo deve integrar o eixo estratégico do “turismo e aviação”, compreendendo atividades específicas e não específicas da atividade turística e, no caso da aviação, a segurança, regulação e controlo aéreo, infraestruturas aeroportuárias e o transporte aéreo.
Deixa claro que o setor tem que integrar o “Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030”, com medidas de curto e médio prazo de recuperação da atividade.
Entre as primeiras, a CTP destaca as que garantam a sobrevivência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho, lembrando que apresentou um conjunto de 90 medidas de apoio ao tecido empresarial, “muitas delas sem concretização”.
A médio prazo, a Confederação do Turismo defende a criação de um “Plano de Recuperação e Transformação do Turismo Português”, que abranja a definição do modelo de governança e gestão do setor, uma estratégia para a acessibilidade e intermodalidade e programas para a sustentabilidade do turismo, bem como a renovação e sustentabilidade de destinos “maduros”, capacitação e dignificação dos profissionais e a aprovação de um programa financeiro exclusivo de apoio ao turismo e aviação.
Governo tem que adotar posição de força na Europa
A Confederação do Turismo afirma esperar que o Governo adote uma posição “intransigente junto do Parlamento Europeu e da Comissão na defesa da criação de uma linha específica de apoio à atividade, com dotação própria”.
Francisco Calheiros considera que de outra forma não será possível ao turismo dar o seu contributo à coesão territorial e social e europeia que se impõe”.
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