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Com a pandemia chegaram a mínimos históricos em abril, mas os indicadores de confiança e de clima económico estão agora a recuperar, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A covid-19 abalou fortemente as expectativas das famílias e das empresas sobre a situação financeira, capacidade de poupar, evolução do desemprego, de fazer compras importantes, vendas e capacidade de produção, conclui o INE.
Agora, o indicador de confiança dos consumidores registou o maior aumento da série e recuperou parcialmente dos dados de abril, a “maior redução face ao mês anterior e o valor mínimo desde maio de 2013”.
O indicador de clima económico teve “um ligeiro aumento em maio após ter atingindo o valor mínimo da série no mês anterior”. Para este resultado contribuíram os setores da construção e obras públicas e do comércio, com um aumento “de forma moderada”.
Já na indústria transformadora e nos serviços observou-se um prolongamento das “quedas abruptas registadas em abril”, quando foram atingidos novos mínimos.
Na indústria transformadora, destaca-se o pessimismo sobre procura global e aprovisionamento de produtos acabados, “mais intensa no primeiro caso, tendo as expectativas de produção apresentado um contributo positivo”.
Mais uma vez, nos serviços há negócios que ainda não vêm a luz ao fundo do túnel: alojamento, restauração e similares e as atividades artísticas, de espetáculo, desportivas e recreativas.
Famílias mais otimistas
O INE explica a melhoria da confiança dos consumidores com a evolução positiva das perspetivas em relação à situação económica do país, a condição financeira futura do agregado familiar e a realização de compras importantes, “após as diminuições históricas observadas no mês anterior”.
As famílias estão também mais otimistas sobre a capacidade de pouparem, mas continuam críticas em relação à evolução passada da situação financeira do agregado familiar.
Olhando para trás, “o saldo das opiniões sobre a evolução da situação financeira do agregado familiar diminuiu nos últimos três meses, de forma mais significativa em abril e maio, atingindo o valor mínimo desde julho de 2015”. Mas o futuro vem com otimismo, segundo o INE, “o saldo de respostas extremas das perspetivas relativas à evolução futura da situação financeira do agregado familiar registou o maior aumento da série no mês de referência, recuperando parcialmente do maior agravamento da série observado em abril e que culminou no mínimo histórico da série”.
As famílias admitem dificuldades em poupar actualmente, mas é uma possibilidade encarada com otimismo para o futuro. “As apreciações relativas à poupança no momento atual agravaram-se nos últimos três meses, de forma abruta em abril, mas as expetativas em relação à evolução futura da poupança aumentaram em maio, após ter diminuído nos três meses anteriores, tendo em abril registado a maior redução da série”.
O desemprego também é encarado com menos pessimismo. “O saldo das perspetivas sobre a evolução do desemprego diminuiu em maio, na sequência do maior aumento da série registado em abril quando atingiu o valor máximo desde fevereiro de 2009”.
A recolha da informação praticamente coincidiu com a primeira fase do plano de desconfinamento, por isso o INE admite que “tenha contribuído para a alteração de sentimento que se verificou em alguns dos inquéritos”.
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