O primeiro-ministro, António Costa, desvaloriza os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que revelam um abrandamento do crescimento da economia de menos três décimas no trimestre, face ao trimestre anterior.
Em declarações em Leiria, António Costa destacou o facto de Portugal continuar a crescer “mais do que a média da União Europeia e do que a zona euro”.
“Desde que aderimos ao euro, isto nunca tinha acontecido, a não ser o ano passado e está a acontecer este ano”, frisou.
O primeiro-ministro fala numa consolidação “virtuosa e sustentável” das contas do Estado, tendo por base a criação de emprego.
“Metade do esforço de redução do nosso défice nos últimos anos resultou do emprego, entre o que se deixou de pagar de subsídio de desemprego e o que se passou a receber de contribuições para a Segurança Social dos novos postos de trabalho. É uma consolidação virtuosa e sustentável, não assente em cortes, mas assente na diminuição do desemprego e na criação de emprego”, argumenta.
Costa lança programa para licenciados desempregados
António Costa falava durante o lançamento da ‘Parceria Competências Digitais +’, programa destinado a desempregados com formação superior.
O líder do Governo disse que o país quer continuar este ritmo de crescimento e que, para isso, tem de “continuar este esforço de qualificação dos recursos humanos, que é fundamental para continuarmos a criar emprego”.
António Costa lembrou que, nos últimos três anos, foram criados em Portugal 341 mil empregos líquidos, 89% “foram celebrados sem termo, ou seja, sem precariedade e com estabilidade”.
“E o nível de evolução dos vencimentos do ano passado para este, em termos médios, melhorou 3,5%, o que significa que felizmente estamos não só a criar mais emprego, como melhor, com mais qualidade e melhor remunerado”, acrescentou.
O primeiro-ministro salientou ainda: “tivemos um número muito significativo de cidadãos que, estando empregados, estão hoje a ter um salário que já superior ao que já está a ser negociado como salário mínimo do próximo ano”.
Ao longo deste ano, 144 mil portugueses “passaram a ganhar mais do que os 600 euros que estamos a negociar para o próximo ano”, referiu o chefe do executivo, acrescentando que o Governo quer continuar a criar emprego “pelo que é fundamental que a economia continue a crescer de uma forma sustentabilidade”.
O programa ‘Parceria Competências Digitais +’, que envolve o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e seis institutos politécnicos do país, vão abranger até 1.500 formandos – desempregados com formação superior, inscritos nos serviços de emprego, a beneficiar ou não de subsídio de desemprego.
Segundo António Costa, trata-se de uma medida que visa assegurar aos mais de 52 mil desempregados com formação superior inscritos no IEFP a possibilidade “de qualificação e especialização digital que lhes permita melhorar significativamente as suas oportunidades de encontrarem um emprego”.
“Esta iniciativa é muito importante porque responde simultaneamente a três necessidades que são absolutamente fundamentais: a necessidade de continuarmos a melhorar a competitividade da nossa economia e a produtividade das empresas, responder ao desafio da empregabilidade e reforçar a dinâmica de inovação e revitalização dos diferentes territórios”.
Para o primeiro-ministro, “o país não se pode dar ao luxo de desperdiçar no desemprego 52 mil pessoas com formação superior”.
O programa lançado hoje em Leiria vai contar com um financiamento global de 3,5 milhões de euros por parte do IEFP até final de 2019, estando previsto que abranja até 14 institutos politécnicos.
Além do líder do Governo, participaram na cerimónia os ministros da Ciência, Tecnologia, e Ensino Superior e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Manuel Heitor e Vieira da Silva, respetivamente.
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