//​Espanhóis pedem antecipação no fornecimento de coelho português

​Espanhóis pedem antecipação no fornecimento de coelho português

O produtor de coelhos Duarte Pimentel, com uma exploração em Mogadouro, revela que os clientes espanhóis estão a solicitar a entrega antecipada do produto. “Toda a nossa produção sai para Espanha. O nosso ciclo de vendas ronda os 65 dias e, nestes dias, estão a pedir-nos para antecipar aproximadamente oito dias”, conta à Renascença.

A exploração conta no seu efetivo com mais de um milhar de fêmeas reprodutoras e o produtor não terá dificuldades em continuar a abastecer o mercado espanhol.

“Enquanto as fronteiras deixarem os transportes de mercadorias circularem não teremos problema nenhum. O problema é se a situação piorar e se o transporte de mercadorias for cancelado”, afirma.

O produtor admite que “o preço esse pode variar, pode ser mais competitivo, se a procura for maior”.

A maior preocupação do cunicultor é que a “situação piore” e que possa implicar “o cancelamento do fornecimento de alimento para os coelhos, que se encontram na fase de crescimento, o que colocaria em causa toda a estrutura de produção e o prematuro abate dos animais”.

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Três mil coelhos enviados para Espanha no domingo

Elsa Santos tem uma exploração intensiva, em Paradela de Monforte, no concelho de Chaves, e enviou, no passado domingo, cerca de três mil coelhos para o mercado espanhol. A próxima carga só acontecerá dentro de 40 dias.

“Estamos todos muito preocupados, mas temos que trabalhar. Os animais não podem ficar sem comer, mas, pelo que me consta, não vamos ter problemas com a chegada de alimentos”, diz a produtora, preocupada com a situação que se vive em Espanha.

“Nós só vendemos para lá e as coisas também estão muito complicadas, mas tenho esperança que isto melhor”, afirma Elsa Santos, avançando que a próxima encomenda é de “cerca de dez mil coelhos”.

A exploração de Elsa Santos é uma exploração familiar, onde trabalham “três pessoas a tempo inteiro e uma a 50%”.

Em Braga “não há mãos a medir”

Na empresa de Augusto Santos também “não à mãos a medir”. “Os espanhóis insistem, insistem e querem o produto no imediato”, conta à Renascença o produtor da zona de Braga. Para já ainda tem capacidade de resposta, mas teme que as medidas restritivas possam “alterar o ritmo normal de produção”.

“Se os trabalhadores tiverem dificuldade de circulação, não sei como vamos tratar dos animais e disponibilizar o produto para o mercado”, diz. A empresa está a preparar neste momento uma encomenda de “cerca de 40 toneladas para o mercado de Madrid”, uma encomenda que foi “antecipada em uma semana”.

“Temos que ajudar toda a gente e muito mais aqueles que fazem com que possamos laborar e dar emprego a 20 pessoas”, diz o cunicultor. Toda a produção desta empresa da zona de Braga tem como destino a Espanha, “um mercado que privilegia o consumo de carnes brancas”.

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