A Facebook está a enfrentar hoje um ambiente fortemente adverso e com um horizonte financeiro sombrio, depois do envolvimento em várias polémicas, da apresentação de resultados dececionantes e de uma queda bolsista vertiginosa.
A ação da empresa da primeira rede social mundial começou a cair logo na abertura da sessão.
Às 17h40 de Lisboa, o título Facebook estava a cair 18,40%, para os 177,44 dólares, o que representa uma desvalorização bolsista superior a 115 mil milhões de dólares (99 mil milhões de euros) e, a manter-se, será mesmo um recorde.
Esta queda abissal ocorre no dia seguinte à publicação de resultados dececionantes do segundo trimestre, com os seus dirigentes a avisarem que a tendência se vai prolongar.
A deceção dos analistas e investidores predominou entre as reações à divulgação daqueles resultados.
Assim, o volume de negócios, constituído quase que unicamente pelas receitas publicitárias do sítio, dececionou, ao situar-se nos 13,23 mil milhões de dólares, um crescimento de 42%, mas abaixo dos 13,36 mil milhões esperados pelos observadores do mercado.
Ao contrário, os lucros, que cresceram 31%, para 5,1 mil milhões de dólares, superaram as expectativas dos investidores.
Dececionante foi também publicação da existência, em 20 de junho, de 2,23 mil milhões de utilizadores mensais ativos, mais 11% do que no mesmo período do ano anterior, mas menos do que os 2,25 mil milhões de utilizadores que os analistas esperavam.
A deceção também atingiu o número de utilizadores diários ativos, que eram 1,47 mil milhões, outro crescimento de 11%, quando os investidores aguardavam 1,49 mil milhões.
Por outro lado, o grupo viu também as despesas, em parte devidas à necessidade de melhor controlar o que circula na rede, aumentarem 50% para os 7,44 mil milhões de dólares, anunciando que a tendência é para continuarem a crescer.
O diretor financeiro do grupo, Dave Wehner, preveniu durante uma conferência telefónica com os analistas que o crescimento da faturação iria “diminuir” no segundo trimestre e de forma acentuada nos próximos.
Prova do efeito catastrófico destes anúncios, o analista Brent Thill, da Jefferies & Co., destacou, durante esta conferência, que “muitos investidores têm dificuldade em compreender a diminuição. (…) Dir-se-ia que a sua dimensão é inédita”.
Para Richard Windsor, analista na Radio Free Mobile, estas perspetivas não deviam surpreender.
“É cada vez mais difícil desenvolver-se a taxas tão elevadas quando um grupo atinge esta dimensão”, escreveu no seu blogue.
Para Brian Wieser, analista na Pivotal Research, a Facebookk parece ter atingido um ‘plafond’ no crescimento das suas receitas pela publicidade.
Já Ross Gerber, analista na Gerber Kawasaki, considera que os números sãop a prova de que o vento está a mudar para as redes sociais. “Atingiram o seu máximo”, escreveu em mensagem na de social Twitter.
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