Os municípios registaram um défice de 15 milhões de euros em 2021, o primeiro após sete anos de excedentes consecutivos.
As contas foram divulgadas esta quarta-feira pelo Conselho das Finanças Públicas (CFP), com dados de 299 dos 308 municípios do país, porque nem todos disponibilizaram ainda informação. Ainda assim, representavam mais de 98% da despesa em 2019.
A dívida total dos municípios caiu ligeiramente, mas 16 fecharam 2021 acima do limite legal. Os piores casos são o Cartaxo, Vila Franca do Campo e Vila Real de Santo António.
Oito autarquias chegaram ao final do ano com mais de um milhão de euros de dívidas em atraso. O pior caso é Vila Real de Santo António, que deve mais de 10 milhões, segue-se Setúbal, Penafiel, Tábua, Tabuaço, Freixo de Espada à Cinta, Paredes e Ponte da Barca.
No último ano, a receita das autarquias subiu 11%, mais do dobro do previsto. Receberam mais dinheiro com taxas e impostos, transferências do Orçamento e verbas comunitárias. A despesa aumentou quase 15%, sobretudo com pessoal e aquisição de bens e serviços.
Municípios gastam mais de 520 milhões com Covid
Em dois anos, entre 2020 e 2021, as autarquias pagaram cerca de 522 milhões em despesas com a pandemia, desde apoios à aquisição de bens e serviços.
Segundo este relatório, foram 211,4 milhões em 2020 e 310,8 milhões de euros no ano seguinte.
Os equipamentos de proteção individual e os apoios às famílias foram as rubricas mais pesadas, cada uma representou cerca de 180 milhões aos municípios, nos dois anos. Os apoios às empresas rondaram os 90 milhões.
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