Crédito com garantia do Estado
Só se pode salvar a Associação Mutualista Montepio através da recuperação do banco, defende Eugénio Rosa. Para isso é necessário “recuperar e valorizar o banco”, com a ajuda do Estado. Como? “Tem que se retirar do banco Montepio os chamados ativos improdutivos (1.100 milhões de euros) e colocá-los numa empresa fora, isso só se faz indo ao mercado e pedindo um empréstimo, a associação não pode tentar isso sem uma garantia do Estado, porque teria de pagar juros incomportáveis”, explica Eugénio Rosa.
O economista assegura que não se trata exatamente de uma intervenção, não é dinheiro, o Estado garantia um empréstimo ao banco Montepio, “em troca do pagamento de uma determinada percentagem” de juros. Com esta solução, o banco reforçava o capital, “já podia conceder mais crédito, mais negócio bancário, valorizava-se e podia-se reverter uma parte das imparidades constituídas na mutualista”, diz.
Pedro Corte Real, da Lista B, também não descarta uma ajuda pública, mas não concretiza a forma como seria realizada. Aponta a necessidade de uma “garantia ou capital” e admite mesmo a entrada de novos acionistas.
Novos acionistas no Montepio dividem candidatos
“No horizonte do plano, que são três anos, não há necessidades de capital”, diz o presidente da mutualista sobre o banco, a principal participada. Segundo Virgílio Lima, “o banco tem soluções, tem capital que pode otimizar”.
“Não seria racional no grupo abrir o capital neste momento. Há um conjunto de imparidades decorrentes do período de crise, mas não são perdas definitivas, podem ser revertidas logo que o banco cumpra o plano de negócio, o que está a acontecer este ano. Se alguém entrasse neste momento apropriar-se-ia da recuperação dessas imparidades, em prejuízo dos associados. Deve-se recuperar primeiro esta situação”, diz Virgílio Lima.
Na mesma linha, Pedro Gouveia Alves defende que “não existem condições para apoiarmos a abertura de capital a novos acionistas, antes de estabilizarmos o banco”.
Os dois candidatos concordam ainda num ponto, quando for possível, e se for necessário abrir o capital, serão privilegiados parceiros da economia nacional, “talvez à escala internacional”, diz Virgílio Lima.
Já para Corte Real, se for necessário abrir as portas do banco a um novo parceiro, “o ideal seria da economia social, mas não tem que ser”. Só não abdicam do controlo da instituição.
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