//​Inflação desce na zona euro e facilita novo corte nos juros

​Inflação desce na zona euro e facilita novo corte nos juros

Agosto fecha com boas notícias para quem aguarda por uma nova descida nas taxas de juro. Depois de vários países da zona euro terem anunciado descidas na inflação, o Eurostat confirmou esta sexta-feira essa tendência.

Segundo a primeira estimativa do gabinete de estatística da União Europeia, os países que partilham o euro fecharam agosto com a inflação em 2,2%. Ou seja, os preços recuaram quatro décimas, dos 2,6% registados no mês anterior.

Hoje ficou também a saber-se que em Portugal a inflação recuou para 1,9% em agosto. É uma das oito economias do euro que já apresenta uma inflação abaixo do valor de referência de 2%.

Destaque ainda para a Alemanha, a maior economia europeia. Ontem, os mercados reagiram em alta com a descida da inflação no país para 1,9%, com o principal índice bolsista a fixar um novo máximo histórico.

No entanto, cinco Estados-membros ainda registam uma inflação acima de 3%.

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É preciso ainda sublinhar que a inflação subjacente (excluindo energia, alimentação, álcool e tabaco), desceu apenas uma décima, de 2,9% em julho para 2,8% em agosto. Por outro lado, a inflação nos serviços até acelerou, de 4% em julho para 4,2% em agosto, o nível mais alto desde outubro do ano passado.

Outro dado a ter em conta é a situação geopolítica e geoeconómica, que mantém um cenário de elevada pressão e incerteza sobre os preços.

Os últimos dados confirmam a estratégia de desinflação adotada pelo Banco Central Europeu, colocam a inflação mais próxima do objetivo dos 2% e reforçam quem defende um novo corte na próxima reunião de governadores, marcada para 12 de setembro.

Ainda assim, dentro do BCE há resistências, com governadores a alertarem para o risco de uma “sensação falsa de conforto” e de uma descida dos juros “demasiado depressa”.

Philip Lane, o economista-chefe do BCE, lembrou há uma semana, no simpósio anual da Reserva Federal norte-americana em Jackson Hole, que “uma trajetória de juros elevados durante demasiado tempo gera uma inflação cronicamente abaixo da meta de médio prazo e será ineficaz em termos de minimização dos efeitos colaterais sobre a produção e o emprego”.

O INE confirmou hoje que o Produto Interno Bruto (PIB) português, no segundo trimestre deste ano, fixou-se nos 1,5%, em termos homólogos. No entanto, economias como a alemã ou a italiana registam problemas de crescimento. Itália cresceu menos de 1% no primeiro semestre e a Alemanha contraiu 0,8% nos primeiros três meses do ano e recuperou apenas 0,3% no segundo trimestre.

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