Depois de 15 anos de liderança de Paddy Cosgrave, agora é Katherine Maher quem determina o destino da Web Summit. Foi o que disse claramente na sua primeira conferência de imprensa depois de ter sido escolhida para estar à frente dos destinos da conferência de tecnologia que decorre até quinta-feira em Lisboa.
“O que o Paddy fez, foi a liderança do Paddy. Esta é a minha liderança”, disse Katherine Maher a uma sala cheia de jornalistas no centro de operações da imprensa presente na Web Summit, na FIL.
“É tempo para refrescar, recomeçar de novo. A companhia está focada em voltar à missão de ser o anfitrião das conversas em vez de ser o centro das conversas e é ai que vou levar a organização”, explicou Katherine.
Paddy Cosgrave “está fora da organização”, assegura, e só falou com ele uma vez esta semana. “Disse-me que estou a fazer um bom trabalho”, revelou. Está fora, mas voltou a ter de explicar a saída do irlandês.
“Paddy demitiu-se porque estava a ser uma distração para sucesso do evento”, justificou, referindo-se às declarações sobre o conflito israelo-palestiniano. Depois de, na sessão de abertura da Web Summit, ter deixado claro que “todos têm direito a expressar-se”, Maher foi também questionada sobre o que pensa da guerra em curso.
“Penso que o único comentário respeitoso num momento de tanta dor e sofrimento, é reconhecer essa dor e sofrimento que existe em tantas comunidades no mundo”, limitou-se a dizer.
Regresso às origens da Web Summit
Nesta conferência de imprensa, Katherine Maher foi também questionada sobre o que é mais complicado no cargo que exerce agora. Na resposta, Maher diz que o “mais difícil tem sido aprender todos os aspetos da Web Summit”.
“Disseram-me que só se entende a Web Summit depois de cá estar. Felizmente para mim aconteceu duas semanas depois de eu ter começado, estou a aprender no terreno”, diz.
Maher destacou que este ano há um número recorde de empresas e que estão, mais uma vez, presentes cerca de 70 mil participantes. Mas há ausências de renome, empresas como a Google, a Amazon ou a Meta que saíram devido às posições assumidas por Cosgrave.
Será que Katherine sente a falta destes pesos-pesados? “Claro que são bem-vindas todas as empresas que queiram ser nossas parceiras, incluindo as que já foram. O que eu tenho ouvido no terreno é que os participantes acham ótimo que haja mais espaço para as startups e que o foco esteja nas startups. Se esses parceiros quiserem voltar, será ótimo, estamos abertos, tínhamos ótimas relações nos últimos anos”, esclarece.
Katherine lembrou que a “Web Summit começou como uma oportunidade de ligar startups e criar um ecossistema no qual se celebra o trabalho dos empreendedores”.
“Este ano temos um recorde de participação de empresas e o que temos ouvido é que o foco nas startups e nos empreendedores tem sido como um bem acolhido regresso às origens da Web Summit”, acrescentou.
Questionada sobre a relevância do evento, Maher recorre ao “número de participantes que estão aqui este ano”, à “energia” e ao “entusiasmo” dos participantes. “Falam pela relevância da Web Summit” e significa que “veem este evento como uma parte importante do seu ano, da sua jornada naquilo que estão a tentar fazer e que esperam grande retorno”.
Questionada pela Renascença sobre os termos para a expansão da FIL, de forma a que no futuro o evento possa receber mais pessoas, Maher garantiu estar a par de que esse é um dossier em curso, mas que neste momento “está focada na realização da Web Summit este ano”.
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