A Associação Automóvel de Portugal (ACAP) considera “positiva” a medida proposta hoje pela Comissão Europeia para a criação de um plano massivo de investimentos para responder à crise dos “chips”, ou semicondutores, que afeta o fabrico de equipamentos, por exemplo, no ramo automóvel.
Vão ser disponibilizados 11 mil milhões de euros para a União Europeia alcançar 20% do mercado até 2030.
“Esta lei europeia dos ‘chips’ chega no bom momento”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Para a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), a medida é positiva, embora não seja para implementar no imediato.
“Esta legislação que agora é aprovada pela Comissão Europeia é positiva para a Europa, mas temos de pensar que leva algum tempo a implementar, não resolvendo no imediato este problema da falta de semicondutores, de qualquer forma é um passo que é dado na sua resolução”, disse à Renascença o secretário-geral da ACAP, Hélder Barata Pedro.
A presidente da Comissão Europeia estabeleceu dois objetivos principais: “O primeiro é, no curto prazo, aumentar nossa resiliência a crises futuras, permitindo-nos antecipar e evitar interrupções na cadeia de abastecimento. E, na segunda fase, olhar para o médio prazo, e tornar a Europa líder industrial neste mercado estratégico”, disse.
Face às metas estabelecidas, a ACAP espera que até ao final do ano, o problema esteja resolvido. “Ainda hoje a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis se pronunciou sobre isto e estamos em crer que até ao final de 2022, poderá haver alguma margem para ultrapassar este problema”, diz Barata Pedro.
O secretário-geral da ACAP assume-se como “otimista”, na expectativa de que “até ao final do ano, a situação seja minimizada em termos de escassez de semicondutores”.
Além do investimento, está prevista uma nova estrutura para garantir a segurança do aprovisionamento, um novo fundo para facilitar o acesso ao financiamento para as “startups” (empresas em fase de arranque) e um mecanismo dedicado ao investimento para pequenas e médias empresas e ainda coordenação entre os Estados-membros e a Comissão para monitorizar a oferta de semicondutores, estimar a procura e antecipar a escassez.
Cabe agora ao Parlamento e ao Conselho discutir estas propostas da Comissão no âmbito do processo legislativo ordinário e, se e quando adotado, o regulamento é diretamente aplicável em toda a UE.
Os semicondutores são circuitos integrados que permitem que os dispositivos eletrónicos – como telemóveis, microondas ou elevadores – processem, armazenem e transmitam dados. A produção de ‘chips’ é ainda crucial para a indústria automóvel.
Com a paralisação das fábricas e o aumento da procura por equipamentos eletrónicos durante a pandemia gerou-se uma crise dos semicondutores, que provocou grandes atrasos nas entregas e elevadas perdas para os fabricantes de automóveis e computadores.
A Comissão Europeia estipulou, no seu programa de trabalho para este ano, uma nova lei europeia para responder às preocupações sobre o fornecimento de semicondutores.
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