Diabolizar o eucalipto pode trazer graves prejuízos ao país, alerta um manifesto assinado por mais de 100 personalidades, empresas, autarquias e associações florestais de Portugal.
Antigos ministros como Bagão Félix e Daniel Bessa, o ex-secretário-geral da UGT João Proença, autarquias como as de Aveiro e de Setúbal ou, ainda, a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) reclamam uma “Floresta não discriminada”.
Aproveitando a discussão na especialidade do Orçamento do Estado, o memorando pretende alertar para erros na gestão da floresta.
Em declarações à Renascença, um dos subscritores, Eduardo Oliveira Sousa, da CAP, considera que não existe qualquer fundamento para imputar ao eucalipto os dramas dos incêndios.
“O eucalipto tem estado insistentemente e erradamente como sendo a principal causa dos incêndios que têm assolado o país, o que é falso. O eucalipto não é parte do problema, pode ser parte da solução. O eucalipto está considerado como um alvo a abater, o que é errado. Tem o seu lugar”, defende.
“Há coisas que têm de ser melhoradas e políticas que têm que ser definidas para inverter a situação que se vem agravando ano após ano, face às alterações climáticas e à desertificação do interior. Esse trabalho tem que ser feito sem ser necessário transformar uma árvore num diabo”, sublinha Eduardo Oliveira Sousa.
A guerra contra o eucalipto pode pôr em causa a economia e postos de trabalho, bem como aumentar a desertificação do interior do país, adverte o dirigente da CAP.
“A legislação é muito vocacionada para combater uma única espécie sem, por vezes, pensar que essa espécie pode, em algumas situações, ser a única viável para a gestão de determinadas áreas do território”, conclui Eduardo Oliveira Sousa.
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