//​OCDE mais pessimista para 2023. Principais economias vão arrefecer

​OCDE mais pessimista para 2023. Principais economias vão arrefecer

O crescimento global deverá desacelerar de 3% em 2022 para 2,2% em 2023, refletindo o impacto da guerra na Ucrânia, prevê a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), que manteve as perspetivas para este ano face a junho, mas cortou as do próximo.

Nas previsões económicas intercalares divulgadas esta segunda-feira, a OCDE assinala que a economia global foi atingida pela invasão da Ucrânia pela Rússia, tendo o crescimento económico global estagnado no segundo trimestre deste ano, e os indicadores de muitas economias apontarem agora para um período prolongado de crescimento moderado.

A OCDE manteve as perspetivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial deste ano em 3%, prevendo que as economias do G20 cresçam 2,8% (menos 0,1 ponto percentual (pp.) do que em junho).

Entre as principais economias mundiais, vê a economia norte-americana a crescer 1,5% (menos 1 pp. do que em junho), a zona euro 3,1% (mais 0,5 pp. do que estimava anteriormente) e a China 3,2% (menos 1,2 pp. do que anteriormente).

Já para o Reino Unido prevê uma expansão de 3,4%, menos 0,2 pp. do que nas estimativas de junho.

Política monetária apertada justifica revisões em baixa

Para 2023, a OCDE cortou as previsões do crescimento global e do G20 em 0,6 pp. para 2,2%.

Está também mais pessimista sobre o crescimento da economia dos Estados Unidos, prevendo agora uma expansão de 0,5%, menos 0,7 pp. do que anteriormente.

Cortou ainda as perspetivas para a zona euro em 1,3 pp. para 0,3%, enquanto espera que a economia chinesa cresça 4,7%, menos 0,2 pp.

“Um fator-chave que desacelera o crescimento global é o contínuo aperto generalizado da política monetária na maioria das economias em resposta à superação das metas de inflação acima do esperado no ano passado. Além disso, a erosão dos rendimentos reais disponíveis das famílias, a baixa confiança dos consumidores e os preços elevados de alguns produtos energéticos, especialmente o gás natural na Europa, irá afetar negativamente tanto o consumo privado como o negócio investimento”, refere.

A organização com sede em Paris alerta que uma incerteza “significativa” envolve as projeções, estimando que uma escassez de energia mais grave, especialmente de gás poderia reduzir o crescimento na Europa em mais 1,2 pp. em 2023, com o crescimento global reduzir-se em 0,5 pp.

A organização aponta ainda que um aumento adicional de 20% nos preços globais do petróleo durante um ano, com um aumento no início de 2023, que posteriormente desaparece, pode adicionar mais 0,6 pp. à inflação em 2023 e reduzir o crescimento global entre 0,1 e 0,2 pp.

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