O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, admite deixar passar o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) se não for ignorado pelo Governo.

Pedro Nuno Santos tem vindo a dizer que é “praticamente impossível” viabilizar o OE, mas em entrevista à RTP3 abre uma porta ao diálogo com o Governo de Luís Montenegro.

“Esse praticamente impossível só é superável na medida em que o Governo estiver na disposição de não ignorar o maior partido da oposição”, declarou o líder socialista.

Pedro Nuno Santos avisa que, “se o Partido Socialista for ignorado” e se o Governo se agarrar ao seu programa na construção do Orçamento, “vamos ter um problema”.

“Não podemos é ser ignorados e depois estar-se à espera que o PS levante o braço [e viabilizar o Orçamento]. Isso não existe, não vai acontecer nunca”, avisa o secretário-geral do PS.

Nesta entrevista à RTP3, Pedro Nuno Santos criticou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, por ter afirmado que “não dá mais um cêntimo” para chegar a acordo com as forças de segurança.

“No mesmo momento em que a ministra anuncia que há uma reunião marcada, o primeiro-ministro diz que não está disponível nem para dar mais um cêntimo. Parece uma forma errada de se proceder num processo negocial”, atira o líder do PS.

Na leitura de Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro “fez um ultimato” às forças de segurança e isso “agora gera um bloqueio nas negociações e uma das partes vai ter que ceder”.

Esta quinta-feira, o Parlamento discute um projeto de lei do Chega para a atribuição do suplemento de missão à GNR, PSP e Guarda Prisional. O líder do partido, André Ventura, apelou aos elementos das forças de segurança que marquem presença dentro e fora da Assembleia da República.

Pedro Nuno Santos critica o Chega por “instrumentalizar os descontentamentos legítimos das forças de segurança”.