//​Preço da eletricidade bate novo recorde no mercado ibérico

​Preço da eletricidade bate novo recorde no mercado ibérico

O preço da eletricidade tem vindo sempre a aumentar no mercado ibérico. Na terça-feira, vai registar um novo máximo histórico de 130,53 euros por megawatt/hora.

É o oitavo recorde no preço diário no espaço de um mês. Em causa está a escassez de vento (recurso eólico) que torna necessário o recurso a centrais hidroelétricas, mas também a centrais de ciclo combinado alimentadas a gás natural.

A subida dos preços no Mercado Ibérico de Eletricidade (Mibel) não terá consequências imediatas para as famílias portuguesas.

Em Portugal, a maioria dos consumidores tem contratos com as empresas fornecedoras de eletricidade que asseguram um preço válido por 12 meses.

No entanto, a inflação verificada no Mibel já levou a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) a anunciar, em junho, uma subida intercalar das tarifas para os 900 mil clientes do mercado regulado.

Os restantes 5 milhões de clientes no mercado liberalizado estão sujeitos à possibilidade de os respetivos fornecedores atualizarem os seus preços, o que depende da política comercial de cada um deles.

DECO avisa para aumentos de preços

A EDP já garantiu que não vai aumentar os preços da eletricidade, mas Associação de Defesa do Consumidor diz que aumentos serão inevitáveis.

Pedro Silva, da DECO, acredita que “o preço da eletricidade quase de certeza que terá de subir, porque os preços no mercado grossista passaram de níveis de cerca de 50 ou 60 euros por megawatt, para níveis de cerca de 130 euros por megawatt. Portanto os consumidores podem esperar um aumento de preços significativo.

Ainda é cedo para ter noção exata do aumento, mas este vai certamente refletir-se sobre os consumidores.

“Estes sete ou oito cêntimos a mais poderá ser aquilo que, por kilowatt, o consumidor pode esperar. O problema é que estes kilowatts são multiplicados por milhares, ou centenas, dependendo do consumo de cada um”, considera.

A única forma de isso não acontecer, ou de ser mitigado, garante Pedro Silva, é uma decisão política, como por exemplo ao nível da fiscalidade.

“Do governo pode haver alguma intervenção, o mais óbvio é o nível de fiscalidade aplicada à energia, com o IVA a 23% sobre uma enorme parcela daquilo que se paga. Pode ser uma forma de mitigar a repercussão sobre o consumidor”, conclui.

[Notícia atualizada às 19h49]

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