//​Receita turística de 2022 vai superar 2019, mas empresas vão levar anos a recuperar da pandemia, avisa secretária de Estado

​Receita turística de 2022 vai superar 2019, mas empresas vão levar anos a recuperar da pandemia, avisa secretária de Estado

A secretária de Estado do Turismo considera que 2022 será “um ano positivo” para o setor.

“A nossa esperança concretizou-se. Arrancámos com o objetivo de alcançar receitas mais ou menos iguais às de 2019 (mais de 18 mil milhões de euros) e nesta altura acreditamos que vão ser superiores em cerca de 4-5 %; vão andar pelos 20 mil milhões de euros”, disse Rita Marques, em declarações à Renascença.

Mas a situação mudou: há uma guerra na Europa que nunca mais termina, a inflação continua a subir, os custos também e as famílias veem o poder de compra reduzido. Viajar, para muitos, deixará de estar na lista de prioridades.

“Estamos atentos, muito atentos àquilo que nos reserva 2023”, garante Rita Marques, embora sublinhando que “Portugal é uma marca turística forte, altamente competitiva e que, certamente, vai continuar a vingar”.

Essa é uma das razões que leva o Turismo de Portugal a intensificar a promoção em mercados de maior rendimento e longínquos, como o Brasil, Estados Unidos e Ásia.

“Apesar destas limitações, acredito que voltará a ser um ano bom para o turismo. E estes mercados, em que os turistas fazem férias fora da nossa época alta, ajudam a reduzir a sazonalidade”, refere a secretária de Estado

Sazonalidade mais baixa da Europa do sul

Congressos, conferências, grandes eventos desportivos, musicais e outros, como produções cinematográficas. Portugal está na moda e a procura é muito grande. Para a captação de eventos, o Turismo de Portugal tem 5 milhões de euros por ano e o Fundo de Apoio ao Turismo de Cinema, no valor de 14 milhões de euros.

“Recursos que se têm revelado insuficientes porque estamos quase a ser vítimas do nosso próprio sucesso. Começámos devagarinho em 2019 e depois da pandemia, Portugal tornou-se um destino por excelência para filmagens, com grandes produções”, admite Rita Marques.

Para 2023, segundo a Secretária de Estado, as perspetivas são muito boas e “este apetite” tem sido acompanhado com linhas de financiamento que facilitam o investimento e podem fazer atingir os objetivos definidos na Estratégia Turismo 2027: 27 mil milhões de euros de receita turística e combater a sazonalidade.

“A nossa sazonalidade é de 36-37%, a mais baixa da Europa do Sul”, o que “quer dizer que julho, agosto e setembro continuam a ser os meses mais importantes, mas são cada vez menos, face aos fluxos turísticos que identificamos nos outros meses”.

Para Rita Marques, a sazonalidade combate-se de várias formas mas, especialmente, de duas: por um lado, com a atração de turistas de mercados emissores que funcionam em contraciclo. “Daí a importância dos Estados Unidos e Brasil, que fazem férias em fevereiro/março ou em novembro/dezembro. Por outro lado, com os produtos turísticos. É o caso do golfe, cuja época decorre de outubro a maio, ou seja, fora da época alta”.

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