Os juros associados ao crédito à habitação voltaram a subir em agosto, pelo quinto mês consecutivo. Estão acima de 1%, mas nos novos créditos já ultrapassam 1,5%, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Quem está a pagar a casa ao banco refaz as contas e quem procura crédito à habitação quer saber qual a melhor solução.
Uma das grandes decisões é o tipo de taxa associada, fixa ou variável. É a escolha entre pagar pelo previsível e arriscar na poupança.
Com a ajuda de Cláudio Santos, diretor comercial do Doutor Finanças, a Renascença elaborou um explicador.
Taxa fixa ou taxa variável, qual é a mais vantajosa?
Nos últimos 40 anos, desde os anos 80, a taxa variável tem sido mais vantajosa, com exceção de alguns anos pontuais. O crédito à habitação é um produto de longo prazo e a taxa variável foi historicamente mais vantajosa.
Qual é a principal diferença entre os dois tipos de taxas?
Se privilegiarmos a certeza, teremos de pagar um prémio por isso. A taxa fixa vai ser mais cara do que a taxa variável, mas fixamos a prestação mensal.
Se não estivermos disponíveis para pagar esse prémio, temos de poupar a diferença da taxa variável para a fixa, para utilizar quando a taxa variável ultrapassar a fixa.
E se pretendermos amortizar o empréstimo, parcial ou totalmente, faz diferença o tipo de taxa?
Nos créditos com taxa fixa as amortizações antecipadas estão sujeitas a uma penalização de 2%, enquanto os empréstimos com taxa variável só pagam uma penalização de 0,5%.
Qual é a probabilidade de a taxa variável ultrapassar a fixa?
Tudo depende do Banco Central Europeu (BCE), que fixa as taxas de juro de referência para os países do euro. Este é o mecanismo utilizado neste momento para baixar a inflação para o valor de referência, os 2%.
Não existe um limite para a subida das taxas de juro. No entanto, a taxa variável ainda está 2% abaixo da taxa fixa.
Com o BCE a anunciar aumentos históricos dos juros, é uma boa altura para mudar para taxa fixa?
Há um ano as taxas fixas estavam em mínimos históricos, faria muito sentido a escolha de uma taxa fixa, nem que fosse por 5 a 10 anos. Mas, com a guerra na Ucrânia e a inflação, as taxas têm estado a subir e estão já bastante mais altas.
Há menos de um mês, no final de agosto, uma simulação da DECO apontava para uma diferença de 200 euros, num empréstimo de 200 mil euros a 30 anos. Quem optasse por taxa fixa, em detrimento da taxa variável, ficava a pagar mais 200 euros por mês.
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