//​UGT quer “Europa mais social e menos economicista”

​UGT quer “Europa mais social e menos economicista”

O secretário-geral da UGT espera que o próximo(a) presidente da Comissão Europeia tenha um discurso mais social e menos economicista.

Carlos Silva falava, nesta terça-feira, em Évora, no final da reunião do secretariado nacional desta central sindical, destinada a analisar a situação social e política em especial as questões europeias.

No dia em que os olhos estão postos em Estrasburgo, Carlos Silva lembra que a Europa está saturada de tanta severidade. “Espero que o novo presidente, seja a senhora Von der Leyen, seja outro qualquer que o Parlamento Europeu decida, tenha em consideração que a Europa está farta de austeridade”.

“Se a senhora Von der Leyen for eleita”, acrescenta o responsável, “espero que respeite o compromisso de que a Europa social tem um lugar, que o investimento será reforçado e que a distribuição dos fundos comunitários permita uma maior coesão social e uma aposta na convergência”.

A reunião, a última antes das férias de verão, serviu para aprovar a resolução “Por uma Europa das pessoas, da solidariedade e da convergência. Pela Europa social”, um documento que incide sobre as questões europeias e as escolhas para as lideranças dos principais órgãos da União Europeia.

“Os nossos representantes em Bruxelas ou em Estrasburgo devem ter uma consciência sindical, por isso queremos uma Europa mais social”, defende, Carlos Silva.

“A Europa está dominada pelo populismo, pela demagogia e pelos falsos apoiantes da Europa”, prossegue, ao mesmo tempo que adverte para “as questões do Brexit”, que diz estarem “eternamente adiadas por incapacidade dos políticos britânicos”.

O secretário-geral da UGT lamenta, ainda, que “os milhões de trabalhadores nesta Europa”, não se “identifiquem com as instituições comunitárias”, panorama que é “necessário e urgente alterar”.

Greve dos camionistas. UGT pede ao Governo que pressione ANTRAM

À margem da reunião e questionado pelos jornalistas, o secretário-geral da UGT, Carlos Silva, defendeu hoje que o Governo deve adotar medidas para que os efeitos da greve dos camionistas, com início em 12 de agosto, “não sejam perniciosos” para os trabalhadores portugueses.

O Governo deve “munir-se dos instrumentos necessários para que os efeitos da greve não sejam perniciosos para a generalidade dos trabalhadores portugueses”, advertiu Carlos Silva, no final de uma reunião do Secretariado Nacional da UGT realizada em Évora.

O dirigente sindical realçou que o executivo também deve “pressionar” a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) “para ir ao encontro de algumas garantias que foram dadas ao próprio ministro da Infraestruturas”, que “deu o corpo ao manifesto na altura”.

A intervenção do ministro “assentou aquele clima de paz e pensávamos que poderia perdurar”, mas “alguém não cumpriu e é importante que o Governo, já que se meteu da primeira vez, que, agora, pergunte quem é que não cumpre” o acordo, assinalou.

Carlos Silva disse compreender as reivindicações dos sindicatos dos motoristas, mas considerou que, “quando a luta se torna uma constante, quem é prejudicado são os portugueses e os trabalhadores”.

“Nós temos espírito de diálogo social e de compromisso. Os outros sindicatos não sei. É importante que o Governo e o país também olhem para aqueles que preferem a luta mais rapidamente do que a paz social e a estabilidade”, disse.

Os sindicatos representativos dos camionistas não chegaram a acordo com a ANTRAM e entregaram um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto, após uma reunião de quase cinco horas, na segunda-feira, sob a mediação do Ministério do Trabalho.

Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) acusam a ANTRAM de já ter aceitado este acordo e de estar a voltar atrás na decisão, o que a associação desmente.

Na reunião de hoje, em Évora, do Secretariado Nacional da UGT, segundo Carlos Silva, foi aprovada uma resolução que “não diz que está tudo bem” em Portugal e que mostra que “há setores de atividade que vão continuar a luta”, independentemente de qual for o próximo Governo.

O mesmo dirigente indicou que a central sindical vai apresentar, em setembro, “uma proposta de salário mínimo nacional”, que disse ainda não saber qual será, mas “será algo dentro da moderação e da ponderação que é habitual na UGT”.

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