Um total de 78% das portuguesas não precisam de ninguém para pagar as contas, indica um novo estudo da Mastercard, divulgado esta sexta-feira.
O trabalho “Mulheres e Finanças” tentou perceber a relação de diferentes gerações de mulheres com o dinheiro.
A
grande maioria, quase oito em cada 10 portuguesas, considera-se financeiramente
independente .
Apenas 22% depende de outros, em termos monetários. Destas, 62% duvida que consiga inverter esta situação no futuro. Ainda assim, é uma percentagem que fica abaixo da média europeia (65%) e de países como a Espanha (66%), Alemanha (82%), França (77%) e Itália (75%).
As mulheres portuguesas justificam esta dependência com demasiadas despesas e baixos salários. Quase metade (49%) aponta o trabalho extra não remunerado: cuidar de crianças e idosos, serem mães a tempo inteiro (30%) ou dependerem financeiramente de alguém (13%).
Apesar disso, 78% das mulheres portuguesas sente-se financeiramente independente. As principais razões apontadas são o facto de terem os seus próprios rendimentos (87%), disporem de poupanças para fazer face a qualquer problema financeiro (25%) ou utilizarem ferramentas financeiras (10%)
A grande maioria (84%), admite que a independência financeira é um grande objetivo de vida (acima da média europeia de 70%) e sete em cada dez mulheres portuguesa garante que já é mais independente do que foram as mulheres da família de gerações anteriores. No entanto, 62% não acredita que consiga sustentar-se no futuro.
Este estudo, realizado em doze mercados europeus, revela ainda que 37% das inquiridas, entre os 25 e os 39 anos, não acredita vir a alcançar independência no futuro. Esta percentagem sobe para 65% entre os 40 e 59 anos.
Destaque ainda para a desigualdade de género: 62% das mulheres em Portugal considera ter menos independência financeira do que os homens, acima da média europeia (52%).
Em meio familiar, quase metade das portuguesas (46%) partilha as despesas com os respetivos parceiros, mas 29% assume todas as contas. As mais jovens são as que mais partilham as contas.
A iliteracia financeira é também uma das causas para a dependência financeira. Mais de metade das entrevistadas (55%) diz ter poucos conhecimentos financeiros, sobretudo sobre investimentos (59%), tecnologia e aplicações de banca (34%), impostos (27%) e hipotecas (18%). Metade admite ter conhecimentos básicos e 5% não tem nenhuns.
Poupança e hábitos de consumo
Ainda segundo este estudo, para 63% das inquiridas o dinheiro significa maior liberdade, por não terem de depender financeiramente de ninguém, por proporcionar a concretização de objetivos e um menor stress perante dívidas e/ou investimentos.
Com a pandemia, alteraram as preferências de consumo. Mais de metade (59%) prefere agora gastar o dinheiro em experiências ao invés de produtos, sobretudo as mulheres entre os 25 e os 39 anos (68%). Apesar disso, a maior parte do rendimento (83%) é gasto em habitação, alimentação e combustível. O restante fica para jantar fora ou viajar (6%) e vestuário (3%).
Mais de uma em três portuguesas quer comprar casa (39%), sobretudo as mulheres entre os 25 e 39 anos. Já a faixa etária dos 60 aos 75 anos manifestou vontade de investir em algo que contribua para o bem-estar da família (37%).
Duas em cada três mulheres (65%) refere ter poupanças e/ou investimentos, embora mais de metade (58%) admita usá-las para pagar despesas correntes, o que sugere “que o seu rendimento não é suficientemente alto para sustentar o seu custo de vida”, acrescenta o relatório.
Quem mais poupa são as mulheres entre os 25-39 (63%), seguido das mulheres entre os 60 e os 75 anos (57%) e das que têm entre os 40 e os 59 anos (56%). Cerca de 35% das mulheres confessa não conseguir poupar e 7% não tem qualquer rendimento mensal.
Oito em cada dez portuguesas considera que a tecnologia desempenha um papel importante ou essencial na gestão das finanças, um valor superior ao de países como a Espanha (68%), Áustria (65%) ou Alemanha (63%).
Sete em cada dez mulheres portuguesas afirma utilizar o online banking, por comodidade (77%), facilidade de acesso (52%), simplicidade e rapidez (35%).
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