O que explica o aumento do número de sobre-endividados?
Os portugueses têm emprego, mas com menores rendimentos e maior precariedade. Há causas novas, como os encargos com saúde, negócios mal sucedidos e apoio aos ascendentes, com os custos dos lares. A reforma antecipada também é uma causa pois nessas situações regista-se uma forte diminuição do rendimento. Temos mais famílias com mais sobre-endividamento.
Há perspetivas de uma inversão da tendência em 2019?
Pelo contrário. Vemos as pessoas a pedirem-nos ajuda relativamente a créditos contratados em 2018. Há sobretudo muitos cartões de crédito.
O que pode ser feito para mudar a situação?
Tem de haver da parte das famílias um maior critério, um maior controlo das suas finanças pessoais e da forma como estão a contratar créditos. E a banca tem de ter critérios mais rigorosos para a concessão de crédito. A recomendação do Banco de Portugal sobre concessão de crédito devia passar a ser vinculativa.
Mas as estatísticas não revelam um aumento do incumprimento.
Não porque esses créditos vencidos estão a ser vendidos pelos bancos a entidades de fora do sistema bancário. As famílias ficam menos protegidas em caso de sobre-endividamento e é mais difícil negociar os créditos com essas entidades.
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