António Costa garante que o país tem instrumentos suficientes para enfrentar uma eventual recessão na Europa. O primeiro-ministro aponta os fundos europeus, a capitalização das empresas e a abertura de novos mercados como algumas dos caminhos para fazer face a uma crise económica.
Num debate na última semana na Câmara de Comércio e Indústria, questionado sobre as soluções para as empresas, António Costa afirmou que “há duas dimensões”: uma política, através da “ação externa do Estado” com a abertura de novos mercados e a segunda através dos apoios à internacionalização, com o trabalho da Agência para o Investimento e Comércio Externo (AICEP).
No primeiro caso, o chefe do Executivo lembrou a abertura do mercado chinês para exportação de carne de porco e no segundo, as feiras internacionais que, na perspetiva do primeiro-ministro, devem servir para vender mais do que o produto que está exposto. “Quando vamos a uma feira de frutícolas, temos o dever de promover, não só o turismo, mas também a cutelaria a faiança, o vidro”, afirmou.
Aos investidores internacionais, António Costa vende a estabilidade do país: política, fiscal e do sistema financeiro.
10 mil milhões garantidos
Depois de uma legislatura em que o investimento público em percentagem do PIB foi dos mais baixos dos últimos anos, o primeiro-ministro garantiu que seja qual for a evolução económica nada vai “comprometer a capacidade do Estado em prosseguir investimentos em carteira”, afirmando que “o conjunto de obras públicas que estão lançadas entre hospitais e investimentos portuários são 10 mil milhões de euros.”
Além do investimento público, António Costa sublinhou ainda o papel dos fundos comunitários e que Portugal tem de ter capacidade para ir buscar os novos pacotes financeiros. “Não podem ser apenas os fundos tradicionais (Fundo Social Europeu e FEDER)”, acrescentando que “há outros novos fundos que temos de ter capacidade para ir buscar. Designadamente todos os fundos que têm a ver com a inovação, com a transição energética e os fundos de ciência.”
A favor do investimento, o primeiro-ministro deu ainda o exemplo do sistema fiscal, apesar de o país aparecer como tendo das taxas mais elevadas para as empresas, na União Europeia.
António Costa falou ainda da situação das contas públicas. “Temos saldos primários positivos e com previsão de saldos primários de 3% do PIB e uma dívida pública de 118% do produto”, sublinhou o primeiro-ministro, garantindo que não vai renacionalizar a EDP, Galp e REN, como defendem os parceiros da esquerda parlamentar.
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