
“O abrandamento da economia mundial e as tarifas Trump” podem justificar as previsões da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Esta posição é do economista João Cerejeira, em declarações à Renascença, em reação ao facto de a OCDE antever um défice orçamental equivalente a 0,3% do PIB e apontar ainda para um corte no crescimento da economia – para1,9% este ano.
João Cerejeira refere que o arrefecimento da economia está ligado à dinâmica externa e, por isso, não se surpreende com as estimativas.
“Não é uma surpresa, porque já vem em linha com previsões de outras instituições, quer internacionais, quer nacionais. O ponto principal é que o abrandamento do crescimento tem, essencialmente, a ver com o abrandamento da economia mundial e, depois, adicionalmente, com o problema da instabilidade associado às barreiras comerciais e às tarifas impostas pela administração Trump”, adverte.
O economista considera que “a tónica essencial” ao olharmos para estes dados é perceber que “o abrandamento do crescimento tem muito mais a ver com a dinâmica externa do que com a dinâmica interna“.
João Cerejeira defende que estas previsões são “um sinal não só para o Governo, mas também para as próprias oposições“.
“Não é possível dar tudo a todos, portanto, é importante que os próximos orçamentos mantenham a previsão de um equilíbrio orçamental sem défice, há necessidade de algumas reformas estruturais, mas tem que haver, também, muita cautela na despesa pública”, considera.
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