//Ações da Farfetch em queda livre depois de apresentação de resultados

Ações da Farfetch em queda livre depois de apresentação de resultados

Os investidores torceram o nariz aos resultados do segundo trimestre da Farfetch, apresentados ontem ao final do dia. A empresa liderada por José Neves até teve um desempenho melhor do que o esperado, com as receitas a crescerem 42% para os 209,3 milhões de dólares. Mesmo os prejuízos de 89 milhões foram menores do que os esperados pelos acionistas.

Contudo, a comunicação da Farfetch não se limitou aos resultados. A tecnológica de luxo indicou ter avançado também com a compra da empresa de streetwear New Guards Group por 675 milhões de dólares, tendo a aquisição sido feita metade em dinheiro e a outra metade em ações. A tecnológica de luxo luso-britânica passou ainda por uma reorganização interna, tendo anunciado a saída do seu chefe de operações, Andrew Robbs.

Os investidores parecem não ter gostado das novidades. Na abertura dos mercados em Wall Street, esta sexta-feira, as ações da Farfetch caíram 42%, a valer 10,48 dólares, quase metade do valor com que a empresa se apresentou em bolsa, em setembro do ano passado, com cada ação a rondar os 20 dólares. Ao longo do dia, o preço já caiu até ao mínimo histórico dos 10,28 dólares, estando neste momento a recuperar ligeiramente.

Segundo a Bloomberg, citada pelo Jornal de Negócios, as principais preocupações dos acionistas prendem-se com indicadores de rendibilidade, as margens e as estimativas para o terceiro trimestre. A Farfetch prevê um crescimento de 30 a 35% nas vendas, abaixo dos 41% esperados pelos investidores. A empresa também prevê fechar o ano com um EBITDA negativo entre 135 a 145 milhões de dólares, quando o valor esperado pelos acionistas era apenas de 122,7 milhões.

Ainda assim, os resultados em bolsa da Farfetch estão em linha com o desempenho geral das tecnológicas nos mercados, esta sexta-feira. Para além da plataforma de José Neves também a Uber mostrou queda significativa de 9%, também depois da apresentação dos resultados do semestre, tendo anunciado perdas de 62 mil milhões de dólares.

Apple, Micron Technology, Nvidia e Intel são outras empresas a ter uma sexta-feira difícil ainda no rescaldo da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, que parece não dar tréguas. Os investidores temem uma recessão e ter a Huwaei no centro do furacão acaba por colocar sob pressão todo o setor tecnológico.

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