Não há um entendimento entre os acionistas da companhia aérea e o governo sobre o resgate à Lufthansa que ascende a nove mil milhões de euros. CEO já disse irem fazer todos os possíveis para evitar a falência da companhia.
As ações da Lufthansa, a maior companhia aérea europeia, estão a afundar. A evolução dos títulos está a ser pressionada pelas notícias que indicam que os acionistas não estão de acordo com os termos do resgate à transportadora aérea. As ações da companhia recuam 5,45% para 9,60 euros na praça de Frankfurt.
O empresário germânico Heinz Hermann Thiele, um dos principais acionistas da empresa (detém uma participação de 15,5%), reúne-se esta segunda-feira com o ministro da Economia da Alemanha para indicar quais são as suas objecções ao resgate de nove mil milhões de euros, que vai ser suportado pelo Estado alemão, de acordo com a Reuters. Uma das propostas em cima da mesa, no âmbito deste plano de ajuda, é que Berlim fique com uma participação direta na empresa de 20%. Thiele vai propor ao governo que o Executivo fique com uma participação indirecta através do banco de desenvolvimento alemão, o KfW.
Apesar da tensão entre os acionistas e o governo de Berlim, o CEO da Lufthansa, Carsten Spohr, assegurou nas últimas horas que a companhia está a fazer todos os possíveis para evitar deixar os aviões em terra, assim como, está a evitar decretar insolvência, segundo a agência de informação.
A Lufthansa, tal como muitas companhias aéreas europeias, vai ser apoiada pelo governo na sequência da crise que assolou o sector fruto da pandemia de covid-19. Os receios quanto à possibilidade de contágio dos passageiros, em primeiro lugar, fez as transportadoras cancelarem centenas de voos. Posteriormente, as restrições impostas pelos governos, que limitaram a capacidade das populações se deslocarem – e em alguns casos as fronteiras foram mesmo encerradas – ditaram que as companhias aéreas deixassem grande parte da sua frota em terra durante semanas, acumulando prejuízos de milhões de euros.
Numa missiva enviada aos trabalhadores, o CEO assegurou que estão a ser desenvolvidas conversações intensas entre o governo e os accionistas que têm “o objetivo claro de encontrar uma solução satisfatória para a nossa empresa e todos os participantes antes de quinta-feira”, dia para o qual está agendados um encontro extraordinário dos acionistas.
A Lufthansa alertou na semana passada que se os acionistas não dessem luz verde ao resgate, a empresa poderia ter de pedir proteção contra credores, no âmbito das regras de insolvência vigentes na Alemanha.
Apesar do impasse nas negociações, o CEO assegurou aos trabalhadores que os salários de junho vão ser pagos esta segunda-feira.
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