Os administradores financeiros avisam que será necessário reduzir custos e 40% admitem reduzir o número de trabalhadores
Um estudo da consultora Deloitte, realizado em março, conclui que para reduzir o impacto da actual crise nas empresas será necessário alterar a forma como funcionam, para cortar custos, segundo revelam as respostas dos inquiridos, administradores com o pelouro financeiro (CFO) das empresas nacionais.
A maioria (59%) mostra-se menos otimista “em relação aos resultados financeiros das suas empresas para 2020, quando comparado com as expectativas desenhadas no início do ano”.
Ainda segundo os resultados do “CFO Survey-Covid-19 Flash Report”, publicados hoje, “esta é uma tendência que já se fazia sentir nas respostas recolhidas na primeira quinzena de março, aquando do aparecimento dos primeiros casos de covid-19 em Portugal” e acentuou-se com a subida de casos, na segunda quinzena.
Para atacar este problema a resposta passa por cortar custos, segundo os inquiridos, “nomeadamente com viagens e reuniões; a implementação de novas formas de trabalhar que incluem, por exemplo, o trabalho remoto e a revisão dos planos de comunicação para ir ao encontro das necessidades dos ‘stakeholders’ internos e externos.”
Quanto aos empregos, 60% dos administradores financeiros “esperam poder aumentar ou manter o número de colaboradores das suas empresas ao longo do próximo ano, ao passo que 40% admite avançar para uma redução dos seus recursos humanos”, segundo este estudo.
Em comparação com o resto da Europa, os administradores nacionais estão mais optimistas. Lá fora, 63% dos inquiridos revela menos confiança no futuro.
Segundo Nelson Fontainhas, da Deloitte Portugal, “era expectável que, nesta fase, houvesse um menor otimismo por parte dos CFO no que diz respeito às perspetivas económicas de futuro”, mas acrescenta que “o tecido empresarial português tem vindo a demonstrar uma enorme resiliência e capacidade de adaptação à atual conjuntura, com novos procedimentos, ofertas e formas de trabalhar, que serão fundamentais para atenuar os efeitos da pandemia na economia nacional”.
Neste estudo participaram cerca de 1.000 gestores financeiros de 18 países europeus: Áustria, Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Grécia, Holanda, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Polónia, Portugal, Rússia, Suécia e Suíça. Em Portugal contou com a participação de 63 profissionais.
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