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Os aeroportos do país continuam a atingir recordes de passageiros e as próximas semanas adivinham-se de caos. A somar ao elevado movimento de turistas habitual nesta altura de verão, soma-se ainda pressão da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre entre 2 e 6 de agosto, bem como as várias paralisações do setor da aviação agendadas e que coincidem com este período crítico.
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Os trabalhadores de handling da Ryanair/Groundlink convocaram uma greve para os dias 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto, além de uma paralisação parcial até outubro. “Foi entregue um pré-aviso de greve para as empresas Ryanair e Groundlink, a todo o trabalho suplementar, com início às 00h do dia 24 de julho de 2023 e até 31 de outubro de 2023, bem como paralisação total nos dias 30 e 31 de julho e 5 e 6 de agosto”, informou o o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava).
As negociações entre a estrutura sindical e a empresa, referentes à assinatura de um novo acordo de empresa (AE), estão na base do pré-aviso de greve. O Sitava acusa a Ryanair/Groudlink de recuar “em inúmeras matérias pecuniárias já acordadas” acusando a empresa de “má-fé negocial”.
Nos mesmos dias, também os trabalhadores da Portway irão parar. Os sindicatos dos Trabalhadores da Marinha Mercante, Agências de Viagem, Transitário e Pesca (Simamevip), dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava), dos Técnicos de Handling de Aeroportos (STHA) e pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Aeroportos e Aviação (Sindav), informou que irão fazer greve “a todo o trabalho suplementar” a partir de 19 de julho, enquanto a greve “ao trabalho em dia feriado que seja dia normal de trabalho” terá início a 1 de agosto, em ambos os casos por tempo indeterminado.
A alteração da forma de cálculo do pagamento dos feriados em escala é um dos argumentos que motiva a paralisação dos trabalhadores da empresa de assistência em terra.
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Tripulantes da easyJet avançam para a terceira greve
Mas nem só no handling estão previstos constrangimentos. Os tripulantes de cabine da easyJet vão voltar a parar pela terceira vez este ano, depois das greves que decorreram em abril e no final de maio/início de junho. Os trabalhadores voltam a protestar mais cinco dias, entre 21 e 25 de julho.
O braço de ferro entre a low cost britânica e os tripulantes parece estar para durar sem um entendimento à vista sobre o novo AE.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) acusa a easyJet de apresentar uma “proposta desfasada da realidade social e económica vivida na empresa e no país” e reivindica condições para os trabalhadores portugueses idênticas às aplicadas nas bases de outros países onde a companhia de baixo-custo opera.
De acordo com a estrutura sindical, a easyJet já cancelou 350 voos previstos para os cinco dias de paralisação, correspondendo a 69% dos voos que partiriam do Porto, Lisboa e Faro. Já a companhia acusa os tripulantes de estarem a fazer “exigências impraticáveis” pedindo aumentos “que não demonstram qualquer sentido de realidade”.
Aeroportos com novo recorde de passageiros
O período de verão adivizinha-se, desta forma, marcado por elevados constrangimentos nos aeroportos do país e, em particular, na Portela cuja capacidade está congestionada. O número de turistas a chegar e a partir de Portugal continua a subir a pique e, só até maio, foi atingido um novo recorde.
Nos primeiros cinco meses do ano foram movimentados 25 milhões de passageiros nos aeroportos nacionais, um aumento de 33% face aos primeiros cinco meses de 2022 e de 13% em comparação com 2019, de acordo com os últimos dados do INE.
Foi o aeroporto de Lisboa que registou o maior crescimento entre janeiro e maio: +36,9% face a 2022 e +10,1% em comparação com o pré-pandemia. O aeroporto Humberto Delgado é responsável pela maior fatia do movimento de passageiros do país, com uma expressão de 51,8%, totalizando 13 milhões de passageiros.
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