
A Savannah Resources anunciou esta segunda-feira que as prospeções no concelho de Boticas confirmaram “maiores quantidade de lítio” na área da mina do Barroso, com o “recurso confirmado” a situar-se nos 39 milhões de toneladas.
Em comunicado, a empresa britânica, dona da mina do Barroso, confirma que o “recurso confirmado” aumentou 40% relativamente ao inicialmente esperado, com o recurso adicionado estimado para exploração a aumentar 200%, “para entre 35 e 62 milhões de toneladas”.
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Na prática, estes valores significam que existe o potencial total do “Projeto Lítio do Barroso” “poderá vir a ultrapassar 100 milhões de toneladas de mineralização de lítio ao longo dos anos”, valor que seria suficiente para “a produção de 47 milhões de veículos elétricos” e que representaria “uma parte considerável das necessidades europeias de lítio”.
“A meta de 10% de produção endógena que a União Europeia estabeleceu para 2030 torna-se, assim, mais alcançável”, é dito pela empresa.
A mina do Barroso foi considerada um projeto estratégico pela Comissão Europeia em março de 2025, mas tem sido contestada localmente por populares, autarcas e ambientalistas.
Nos últimos anos, foram realizadas várias manifestações e submetidos processos judiciais, entre outras ações de luta contra a exploração mineira neste território.
Os dados publicados esta segunda-feira estão assentes nas mais recentes sondagens, que dão conta de “diversas extensões de jazidas”, que apresentaram, segundo a empresa, “resultados excelentes”. Tais resultados, de resto, reforçam “a posição de maior reserva de espodumena de lítio da Europa” concedida à mina do Barroso, em Trás-os-Montes.
“A expansão de 40% do recurso para perto de 40 milhões de toneladas dá bons indicadores para uma possível vida útil do projeto mais longa do que a prevista no Estudo de Âmbito de 2023″, afirmou, citado no comunicado, o presidente executivo (CEO) da Savannah, Emanuel Proença.
Para o responsável, “os benefícios são claros para todas as partes interessadas, visto que assim o projeto pode contribuir mais em termos de produção de lítio, geração de valor e criação de empregos, pagamento de impostos e “royalties”, além de inúmeros outros benefícios socioeconómicos, por um período de tempo mais longo, tudo dentro da mesma área de concessão”.
A mina de lítio a céu aberto obteve uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada em 2023 e a Savannah prevê iniciar a produção em 2027.
A Savannah referiu que os dados recolhidos na campanha de prospeções foram processados pelas unidades técnicas, concluindo-se que o “recurso confirmado aumenta em 40%, situando-se agora nos 39 milhões de toneladas” e que tal confirma que “há significativamente mais lítio na mesma área de concessão do projeto já definida”.
Adiantou ainda que o recurso adicional estimado para exploração (objetivo de exploração) “aumenta em 200%, para entre 35 e 62 milhões de toneladas” e que estes valores significam que, na medida em que os trabalhos de exploração continuam, existe o potencial total do projeto de lítio do Barroso poder “vir a superar 100 milhões de toneladas de mineralização de lítio ao longo dos anos, suficiente para a produção de 47 milhões de veículos elétricos — o equivalente a eliminar o consumo de petróleo de toda a frota automóvel a circular nos dias de hoje no conjunto de Portugal, França e Países Baixos”.
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