//Agência Internacional destaca “excelente trabalho” de Portugal na transição energética

Agência Internacional destaca “excelente trabalho” de Portugal na transição energética

O diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, elogiou esta segunda-feira o “excelente trabalho” de Portugal no caminho da transição energética e na procura pela energia elétrica.

A falar na Conferência “25 Anos de Energia para o Futuro”, organizada pela ADENE e pelo Ministério do Ambiente e Energia, e sublinhando que “boas coisas podem ser feitas” no setor da energia, aquela que é uma das vozes mais influentes do setor energético no mundo abordou os desafios estratégicos e as regras douradas, dando uma classificação de “A+” a Portugal em todos os campos.

O responsável da organização que faz recomendação de políticas e acompanha a transição energética aponta que a procura por energia elétrica “tem avançado ainda mais rápido do que a trajetória histórica de outro tipo de energias” e que tem três principais incentivos: a inteligência artificial, o ar condicionado e carros elétricos.

Fatih Birol exemplificou que há atualmente uma guerra entre vários países na corrida pela inteligência artificial e que são precisos data centers para acompanhar o consumo de energia: “Para colocar em contexto, um data center de tamanho médio consome uma energia equivalente a 100 mil casas”.

No ar condicionado, as diferenças são maiores entre países – nos EUA, 90% das casas têm um, enquanto a percentagem fica abaixo dos 20% na Índia e na Nigéria. Já o mercado dos carros elétricos tem disparado nos últimos anos – 25% de todos os carros vendidos este ano são elétricos.

O responsável da Agência Internacional de Energia refere ainda que os números vencem sempre: “Às vezes pode demorar algum tempo, mas mais tarde ou mais cedo, os dados vencem sempre. E o que os números mostram é que a energia tem vindo a alimentar a nossa vida económica durante séculos. O século XVIII e XIX foram alimentados pelo carvão, que dominou o combustível nessa altura. Nos últimos 60, 70 anos, o carvão foi substituído pelo petróleo e o gás natural, mas os números mostram agora que estamos a caminhar para a energia elétrica”.

Fatih Birol aponta ainda três regras douradas: a diversificação das fontes de energia – “quantas mais, melhor” -, considerando que este foi um erro na União Europeia; a previsibilidade dos investimentos em energia, não olhando às mudanças de governos – “os investidores em energia são como borboletas. quando estão com medo, fogem” -, elogiando a postura de Portugal neste capítulo; e a cooperação internacional – “nenhum país é uma ilha” -, seja através de acordos ou de emissões.

A terminar, o responsável da AIE deixou uma sugestão sobre terras raras, esperando que a mineração de lítio em Portugal seja “complementada com a refinação e venda”.

Num discurso com menção a José Saramago, Amália Rodrigues, Cristiano Ronaldo, o responsável da Agência Internacional de Energia terminou com uma citação de Eusébio: “Nunca subestimes a magia da. Juntos conseguimos atingir o impossível”.

A conferência vai ainda contar com intervenções de antigos Ministros e Secretários de Estado da Energia – Assunção Cristas, Artur Trindade e João Pedro Matos Fernandes, para discutir os grandes desafios e oportunidades da transição energética global.

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