A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) pede ao Governo medidas urgentes de apoio ao setor, designadamente a manutenção do “layoff” como existia até maio, após a Alemanha ter colocado Portugal na “lista vermelha”.
Num comunicado divulgado este sábado, a APAVT afirma que “a recente decisão do Governo alemão relativamente às viagens dos seus cidadãos para Portugal, depois da saída do país da lista verde do Reino Unido, a par da incerteza causada pelo recuo no desconfinamento e o respetivo impacto nas férias dos portugueses, constitui um golpe fatal nas expectativas de início de retoma para o turismo no seu todo”.
Impõe-se por isso, sublinha a associação, “a necessidade urgente de novos apoios que evitem a falência de todo um setor”.
“Portugal está, na prática, atualmente impossibilitado de acolher turistas de vários mercados, incluindo os dois maiores em termos de dormidas, e o primeiro e terceiro maiores em termos de receita turística, o Reino Unido e a Alemanha, o que vem criar um vasto deserto no panorama da oferta nacional e afasta qualquer possibilidade de retoma para as agências de viagens especializadas no turismo recetivo”, refere a APAVT. .
A associação sublinha que, “do ponto de vista dos operadores turísticos e agências que se dedicam ao turismo de lazer, o cenário é igualmente desolador, goradas que estão as expectativas de uma retoma do negócio nesta época alta de verão” e que “o chamado turismo de negócios permanece igualmente sem movimento”.
“No curto prazo, os custos económicos e sociais das falências, incluindo o custo dos subsídios de desemprego, serão de valor muito superior ao investimento em medidas de apoio como as do “layoff” e a médio prazo, o custo será incomensuravelmente maior, na medida em que a impossibilidade de retoma de um setor que representa um contributo superior a 10% do PIB nacional terá um impacto que extravasa para toda a economia nacional”, adianta a APAVT.
Se não houver novas medidas de apoio, existe o risco de “os apoios a fundo perdido se transformarem em saco roto, com a falência geral da oferta turística nacional, o que traria impossibilidade de recuperação económica para o país, bem como elevadíssimos custos em subsídios de desemprego”, afirma o presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, citado no comunicado.
As autoridades sanitárias da Alemanha colocaram Portugal na “lista vermelha”, uma decisão que vigorará a partir das 00h00 de terça-feira e que obrigará todos os viajantes provenientes do território português a uma quarentena de 14 dias.
“Portugal é classificado como uma área de variantes [do SARS-CoV-2] de preocupação inicialmente durante duas semanas”, dá conta a decisão do Instituto Robert Koch, a agência federal de saúde da Alemanha, acrescentando “que uma extensão” deste período “é possível”.
O período de 14 dias de quarentena passa a ser obrigatório, mesmo com a apresentação de teste negativo, comprovativo da toma completa da vacina ou comprovativo de imunidade. Passa também a ser obrigatório para os estrangeiros não residentes na Alemanha um registo digital prévio à entrada no país.
Na origem da decisão estará o aumento da taxa de incidência de Portugal, que regista 137,5 casos por 100 mil habitantes. O número atual de infetados supera os 30 mil.
Em Portugal, morreram 17.081 pessoas e foram confirmados 871.483 casos de infeção, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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