O presidente da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) considera que as medidas de apoio às empresas para mitigar os efeitos da inflação e da crise energética são positivas, mas insuficientes.
“Somos daqueles que dizem que tudo o que for acima de zero é bom, resta saber se é suficiente”, disse Carlos Moura, esta quarta-feira, num encontro com jornalistas para apresentar as linhas gerais do congresso daquela associação, que se realiza em Coimbra, entre 14 e 15 de outubro.
O presidente da AHRESP referiu-se, em particular, às medidas de apoio às empresas, nomeadamente do alojamento turístico e à restauração. Entre o momento do anúncio e a sua concretização – com muita burocracia – passam cerca de seis meses, por vezes, quase um ano.
É por isso que a AHRESP, até ao fim da semana, vai apresentar ao Governo, partidos e Presidente da República, uma lista com 27 medidas que considera essenciais para as empresas do setor. “O Governo não vai deixar de olhar para as propostas que lhe vamos apresentar”, diz Carlos Moura, convictamente.
“Tememos muitas portas a fechar”
O verão turístico foi bom, a faturação foi bastante mais elevada do que se esperava inicialmente. Mas isso não quer dizer que as empresas do setor tenham aumentado as margens de lucro.
“Nalguns casos são mesmo negativas”, diz Carlos Moura.
“Em agosto, as matérias-primas alimentares subiram 15,4%. A média de ano está em 10,2% e não há perspetivas de abrandar. Ainda por cima, há probabilidade de escassez de alguns produtos. Por outro lado, os custos de energia, nalguns casos duplicaram ou até triplicaram. Sem contar com a aceleração das taxas de juro. É dramático”, justificou o presidente da AHRESP que admite não dispor, ainda, de dados rigorosos, porque a época ainda não acabou.
Mas a partir de 30 de setembro a associação lança um inquérito aos associados, como faz todos os anos, para saber qual é a situação real.
Carlos Moura diz que não quer ser pessimista, mas diz temer “muitas portas encerradas, não necessariamente por falência formalizada, mas pela chamada falência oculta. Ou seja, (o empresário) fecha as portas e fica à espera de melhores dias, a ver o que dá. Quem nos governa tem que olhar para isto, antecipando medidas para evitar colapsos”.
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