//Ajuda estatal à TAP torna-a numa companhia áerea “preguiçosa”, diz Ryanair

Ajuda estatal à TAP torna-a numa companhia áerea “preguiçosa”, diz Ryanair

“Penso que o Governo português está a cometer um erro. Resgatar uma companhia aérea desta forma tão particular só irá tornar a TAP menos eficiente, não vai levar à reestruturação de que a TAP necessita, fazer com que a companhia fique preguiçosa”, disse em entrevista à agência Lusa o diretor dos Assuntos Jurídicos da Ryanair, Juliusz Komorek.

Nesta entrevista a propósito das ajudas estatais à aviação aprovadas por Bruxelas e contestadas pela Ryanair, o responsável vincou que “agora era o momento de procurar formas de tornar eficiente, de reavaliar as decisões antigas e de olhar para todos os custos e questionar se são necessários e o porquê de serem tão elevados”.

Porém, com este auxílio estatal português, “a TAP não o vai fazer” porque “o Governo está a retirar o incentivo para que a companhia aérea se reestruture”, insistiu Juliusz Komorek.

“Isso é uma tragédia porque há uma série de necessidades a que o Governo está a dar resposta com dinheiro dos contribuintes e alocar 1,2 mil milhões de euros a uma companhia é, simplesmente, a escolha errada”, acrescentou.

São, ao todo, já 10 as ações interpostas pela Ryanair na primeira instância do Tribunal Europeu de Justiça contra ajudas estatais aprovadas pela Comissão Europeia à aviação em altura de crise gerada pela pandemia de covid-19.

Uma dessas ações diz respeito à TAP e foi interposta em 22 julho com a argumentação de que este apoio português viola o tratado europeu e as regras concorrenciais.