Ministro das Finanças alemão assina um artigo no Financial Times onde anuncia que a Alemanha aceita a criação de fundo europeu comum de garantia de depósitos.
Depois de anos de resistência, a Alemanha mostra abertura para concluir a união bancária. Num artigo publicado no Financial Times, e também em declarações proferidas hoje numa conferência em Frankfurt, o ministro das Finanças alemão aceita a criação de um mecanismo de garantia de depósitos europeu, lançando para discussão uma proposta para se avançar para o terceiro pilar da união bancária no espaço da moeda única. “A necessidade de aprofundar e completar a união bancária europeia é inegável. Depois de anos de discussão, o impasse tem de terminar”, escreve Olaf Scholz.
O governante alemão defende que há quatro passos a dar para completar essa união, sendo que o terceiro, que reconhece não ser “nada pequeno para um ministro das Finanças alemão”, envolve a criação de “alguma forma de mecanismo europeu de garantia de depósitos comum. Um esquema de garantia de depósitos comum reforçaria significativamente a resiliência da segurança de depósitos nacional”, escreve Scholz no Financial Times.
O mecanismo, contudo, “deveria ficar sujeito a certas condições, sendo uma delas que a responsabilidade nacional continue a ser um elemento central”, explica o ministro. A proposta alemã inclui três níveis de responsabilidade quando um banco entra em dificuldades. O primeiro a entrar em ação seriam os fundos de garantia nacionais e depois, esgotada a capacidade do Estado-membro, haveria recurso ao fundo europeu.
Esta mudança de posição da principal economia europeia tem a ver com o Brexit. “Agora que o Reino Unido, sede dos mercados de capitais londrinos, está na iminência de se retirar do bloco, temos de fazer progresso real. Estar dependente de serviços financeiros dos EUA ou da China não é uma opção”, avança o ministro das Finanças alemão.
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