//Algarve apreensivo com decisão britânica. Para quando os fundos prometidos?

Algarve apreensivo com decisão britânica. Para quando os fundos prometidos?

O turismo algarvio espera grandes dificuldades na sequência da decisão britânica de retirar Portugal da “lista verde” de países para onde se pode viajar. A medida foi anunciada na noite de quinta-feira e já levou a centenas de cancelamentos de reservas.

O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve espera, por isso, que o Governo esclareça, muito em breve, como se pode aceder aos fundos anunciados.

“O turismo como um todo finalmente teve um pacote de medidas que foi anunciado, mas que é para um período de pelo menos seis anos e não sabemos ainda em que termos é que as empresas poderão recorrer a esses fundos”, lamenta Elidérico Viegas, em declarações à Renascença.

O responsável algarvio classifica a medida britânica como “um balde de água fria” numa altura em que o setor turístico no Algarve estava a começar a ver alguma luz ao fundo do túnel.

“Além de profundamente injusta, é uma espécie de balde de água fria e vem colocar em causa as boas perspetivas que tínhamos para este verão, porque, além da procura por parte do mercado interno, estávamos a contar com a procura do nosso maior fornecedor de turistas, que é precisamente o Reino Unido”, explica.

Portugal fora da lista verde. Virologista diz que “não tem a ver com dados científicos”

Da parte de Londres, o ministro da Habitação veio reforçar, nesta sexta-feira, a medida anunciada, admitindo que se trata de uma “abordagem ultra cautelosa”, mas que se justifica enquanto não há dados sobre a chamada variante do Nepal (uma mutação da variante indiana).

“Há em Portugal evidências crescentes de uma mutação adicional, que ficou conhecida como a variante do Nepal. E como ainda não sabemos se isso será um problema, é aconselhável adotar uma abordagem ultra cautelosa, enquanto os nossos cientistas analisam os dados, veem quais são as suas características e, acima de tudo, se as nossas vacinas são eficazes”, afirmou Robert Jenrick à BBC.

Portugal continental, Madeira e Açores deixam a “lista verde” do Reino Unido às 4h00 de dia 8, próxima terça-feira. O país passa para a “lista amarela” (ou âmbar) para “salvaguardar a saúde pública contra variantes preocupantes” e proteger o programa de vacinação britânico.

Mas os especialistas portugueses acreditam pouco nas bases científicas desta medida.

“Esta situação de se dizer que é por causa de termos esta variante em baixíssimo número e que possa levantar algum problema a um país que, ele próprio, é que tem sido o exportador de uma série de variantes, parece-me uma desculpa. Do ponto de vista virológico, não me parece que haja sentido”, aponta o presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia.

Confirmado. ​Portugal sai mesmo da lista verde do Reino Unido

Paulo Paixão considera que os portugueses correm mais riscos com a vinda de britânicos do que vice-versa e diz que a medida terá por base motivos económicos.

“Parece-me, honestamente, uma campanha orquestrada para os ingleses se concentrarem dentro de muros” e assim contribuírem para a retoma da economia britânica.

Ver fonte

TAGS: