//Algarve teme impactos negativos se perder grande prémio de MotoGP

Algarve teme impactos negativos se perder grande prémio de MotoGP

O Grande Prémio de Portugal de MotoGP corre o risco de não se realizar em Portimão, no Algarve.

A possibilidade já foi admitida pelo presidente da Federação Internacional de Motociclismo, que culpa o Governo pela demora em confirmar o apoio financeiro à iniciativa, e está a preocupar o turismo e comércio na região.

A prova que se tem realizado no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, tem um forte impacto na região, a nível económico e não só, diz o presidente da Associação Portimonense do Comércio. A não acontecer significará uma perda considerável para a região.

“A importância do MotoGP é enorme e é superior até ao que cada comerciante acha que é bom para o seu estabelecimento, porque há um movimento pela cidade toda, nota-se uma grande diferença de povo presente, aumenta muito a circulação de pessoas”, diz José Pinto.

Pessoas que gastam dinheiro e mesmo que não seja na loja de roupa para senhora de José Pinto, este aponta as vantagens para todos.

“Mesmo que não compre na minha loja compra na do meu vizinho, o meu vizinho fica com mais poder de compra e se calhar até para comprar coisas a mim com mais facilidade”, observa.

A restauração e hotelaria são os principais setores a beneficiarem diretamente com quem visita Portimão durante o Moto GP. Pedro Lopes, administrador do Grupo Pestana, com cinco hotéis na zona vê as vantagens da prova para além das receitas.

“Ter, portanto, a imagem de Portugal, do Algarve, nas televisões, nas rádios, em todos praticamente os países do mundo, na net, nas notícias, etc., também tem um valor muito significativo”, destaca. Por isso, lamenta uma eventual perda da prova de Portimão.

“Março, é mês ainda de época baixa no Algarve. O que é que há aqui? Há golfe, há outro evento mais pequeno, mas um evento desta dimensão e com esta visibilidade, é claro que se não é feito é uma pena para o destino”, lamenta.

Segundo Paulo Pinheiro, administrador do autódromo, este ano, o MotoGP teve um impacto económico direto de 60 milhões de euros e a hotelaria algarvia registou o melhor mês de março de sempre, com as principais subidas nos concelhos de Portimão e de Lagos.

O calendário de 2024 do MotoGP é anunciado em setembro. Até lá, Paulo Pinheiro acredita que a situação será desbloqueada e Portimão continuará a receber uma prova do circuito mundial de MotoGP.

“Todos os anos, o processo do grande prémio de Portugal de MotoGP necessita de acordos com as entidades públicas no sentido de se assegurar os apoios necessários, é um processo que está em curso, tal como aconteceu no ano passado e que estamos confiantes que vai chegar a bom porto”, remata.

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