Partilhareste artigo
O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, considerou no domingo que a cooperação entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA) na área da energia envia uma “forte mensagem” a quem pretende dividir os dois blocos.
“Em cooperação com os EUA, a UE continuará a promover uma transição energética global que seja socialmente justa e se ocupe dos desafios geopolíticos. Amanhã trabalharemos juntos nesta vasta agenda, enviando uma forte mensagem a quem procura dividir-nos” e utilizar o seu fornecimento como “arma geopolítica”, escreveu hoje o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança no seu blogue intitulado “Uma janela para o mundo”.
Neste artigo, publicado na véspera do Conselho de Energia UE-EUA, o representante adiantou que na próxima primavera será publicada uma nova estratégia da UE sobre energia internacional.
Borrell e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, vão copresidir na segunda-feira em Washington ao Conselho de Energia UE-EUA, juntamente com a comissária europeia de Energia, Kadri Simson, e a secretária norte-americana da Energia, Jennifer Granholm.
Subscrever newsletter
A reunião vai decorrer dez dias após as duas partes terem respondido à concentração de tropas russas junto às fronteiras da Ucrânia e reforçado a sua aliança energética para garantir um fornecimento “contínuo, suficiente e oportuno” de gás ao bloco comunitário em caso de crise, como um eventual ataque de Moscovo a Kiev.
Através de uma declaração conjunta em 28 de janeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente dos EUA, Joe Biden, comprometeram-se a “intensificar a cooperação energética” com o objetivo de os cidadãos e empresas da UE e países vizinhos “disporem de fornecimentos energéticos fiáveis e acessíveis”.
No seu artigo de hoje, Borrell também assinala que “em conjunto com os EUA e outros parceiros” existe uma oposição “ao uso do fornecimento de energia como arma geopolítica”.
“Estamos comprometidos a garantir a segurança energética da UE e dos nossos vizinhos, incluindo a Moldávia, Ucrânia e os Balcãs ocidentais”, prosseguiu.
Na sua perspetiva, a UE deveria considerar “urgentemente” o desenvolvimento das suas reservas energéticas de gás e a possibilidade de “uma aquisição conjunta”.
Segundo o ex-ministro espanhol, o problema “imediato” que deve ser abordado consiste em garantir a segurança do fornecimento de gás, que advoga “uma maior diversificação de rotas e fontes de importação”.
Com os EUA, o maior fornecedor de gás natural liquefeito (GNL) da Europa, será intensificada a cooperação para garantir que os fornecimentos de gás na UE sejam “seguros” durante os próximos meses, acrescentou o representante.
Em simultâneo, assinalou, Bruxelas está a contactar com a Noruega, Qatar, Azerbaijão, Argélia e outros países para expandir os fornecimentos de GNL.
“Também temos de trabalhar rapidamente para integrar melhor a Península Ibérica, que na realidade é uma ilha elétrica na Europa, no mercado energético europeu porque tem mais capacidades de receção de GNL que outros países europeus”, disse ainda.
Deixe um comentário