//Alívio na pandemia pode dar folga de 4,4 mil milhões de euros ao défice deste ano

Alívio na pandemia pode dar folga de 4,4 mil milhões de euros ao défice deste ano

O alívio na pandemia e, consequentemente, no custo público com as chamadas “medidas de política covid-19” deve permitir ao governo poupar mais de 4,4 mil milhões de euros este ano face às contas de 2021, indicou a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) numa análise à evolução orçamental de janeiro a abril medida em contabilidade pública, a que é usada pelas Finanças para apurar a execução orçamental.

Só esta poupança equivale a cerca de 1,9% do produto interno bruto (PIB), exatamente a meta de défice que o governo gostaria de atingir este ano (em contas nacionais).

Esta redução de gastos de elevado calibre acabará, se for concretizada, por ser decisiva para “as contas certas” e o desejado brilharete orçamental já prometido para 2022.

O governo, através do primeiro-ministro, António Costa, e do ministro das Finanças, Fernando Medina, tem puxado dos galões, dizendo que a execução das contas está a correr “bastante bem”, com a despesa controlada e com a receita a evoluir a um ritmo acelerado, apesar da crise, da forte subida das taxas de juro e das crescentes perspetivas de recessão na Europa.

Medido em contas nacionais (lógica de compromissos, não de caixa como a contabilidade pública), sabe-se que o défice público português reapareceu por causa da pandemia depois de ter registado um excedente único e histórico em 2019 (0,1% do PIB – produto interno bruto).

Em 2020, Portugal acabou o ano com um défice de 5,8%, mas em 2021 este desvio entre receitas e despesas reduziu-se de forma pronunciada para cerca de 1,9% do PIB.