Os serviços de comunicação custam “um café” por pessoa. As contas são da Altice, o maior operador em Portugal, que este ano anunciou aumentos de 7,8%, em linha com a inflação.
O regulador pediu contenção, mas a presidente executiva do grupo, Ana Figueiredo, lembra que acompanharam a generalidade das empresas europeias e Portugal foi dos que menos agravou os preços: “a atualização de preços é feita só na mensalidade, não nas outras componentes”, garante.
Sublinha ainda que a inflação também afeta a empresa e, nalgumas áreas, situa-se nos dois dígitos. É o caso do aço, necessário para o 5G, que aumentou 40%.
Já os clientes estão a pagar menos. O serviço mais subscrito, em 2013 custava 79,99 euros, dez anos depois custa 67 euros e foi reforçado. Contas feitas, em média cada pessoa paga 70 cêntimos por dia pelos serviços de telecomunicações. “É um café”, lembra Ana Figueiredo.
O investimento realizado pela empresa serve também para Ana Figueiredo defender as fidelizações. O regulador diz que são um embuste e pede uma redução para seis meses, mas a presidente da Altice diz que isto nem sequer é tema, porque os serviços já estão disponíveis sem fidelização.
“Hoje em dia, em Portugal, os clientes têm a opção de subscrever os nossos serviços sem fidelizações. Mais de 5 milhões de números foram portados até ao terceiro trimestre de 2022, 60% destas portabilidades ocorreram nestes últimos 10 anos, o que quer dizer que os clientes movimentam-se entre operador e a fidelização não tem sido um tema”, defende Ana Figueiredo
A presidente da Altice voltou ainda a pedir uma regulação “clara e previsível”, que permita o investimento.
São declarações na apresentação da estratégia até 2030, onde garantiu que não há atrasos no 5G e que a empresa irá cumprir os compromissos assumidos. Neste momento, a operadora já cobre 90% da população, que corresponde a 285 municípios, e no próximo mês Ana Figueiredo promete “estender essa cobertura 5G a Pedrógão Grande”.
A presidente da Altice admite ainda que movimentos de consolidação no setor já estão a acontecer na Europa. Reconhece que dificilmente o regulador deixará o grupo adquirir outro operador, mas a Altice está atenta a oportunidades de negócio.
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