//Ana Calhôa: “Fim dos carros a combustão não põe em causa futuro dos biocombustíveis”

Ana Calhôa: “Fim dos carros a combustão não põe em causa futuro dos biocombustíveis”

A partir de 2035 não será permitido comercializar carros a combustão na União Europeia. Uma medida que põe um prazo de validade aos biocombustíveis, mas não para já, garante a secretária-geral da Associação de Bionergia Avançada (ABA), em entrevista ao Dinheiro Vivo. Ana Calhôa revela ainda que vê com bons olhos a recente transposição da diretiva europeia das energias renováveis, que aumentou a incorporação de biocombustíveis, e acredita que Portugal pode ter uma palavra a dizer no desenvolvimento do setor.


Têm defendido um aumento da incorporação de biocombustíveis de 11% para 13 a 14% acompanhando a recomendação da União Europeia. Porque acha que o último Orçamento do Estado (OE) não só não aumentou estes valores como nem sequer prorrogou a anterior obrigação? Os biocombustíveis continuam a ser o parente pobre das renováveis, como o setor tem criticado?

Acreditamos que o OE não contemplou essa recomendação pois como podemos compreender estava prevista a publicação da transposição da diretiva europeia das Energias Renováveis (REDII), onde se integra a subida das metas para o próximo ano. […] Atualmente, temos uma meta mínima de 11,5% de energia renovável nos transportes, onde 0,7% corresponde a uma quota mínima de incorporação de biocombustíveis avançados. […] . É certo que outras energias renováveis têm dominado o discurso público até aqui, mas fontes como biocombustíveis verdes e avançados já estão a ganhar terreno, merecido, e vemos surgir novos projetos neste setor. É importante recordar que, na última década, os biocombustíveis têm sido a fonte renovável que mais contribui para a descarbonização dos transportes (atualmente, cerca de 98%), e acredito que irá continuar a sê-lo no futuro.