//Angola quer “cortes massivos” na produção de petróleo

Angola quer “cortes massivos” na produção de petróleo

Angola defende um corte massivo da produção para a estabilização dos preços do petróleo no mercado internacional, avança o Jornal de Angola, em referência à reunião de emergência da OPEP+ que junta, esta quinta-feira, por vídeo-conferência os ministros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e os 10 produtores não associados liderados pela Rússia, entre outros.

A expectativa dos mercados é que possa vir a ser acordado um corte de cerca de 10 milhões de barris por dia, número apontado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a semana passada e secundado pelo presidente russo, Vladimir Putin.

“A posição angolana representa uma escolha num espectro em que, em oposição a uma tão elevada redução, que tem subjacente um pesado corte da quota de produção do país, está a prevalência do petróleo barato, um estorvo para as finanças públicas e as reformas tentadas pelo Governo”, refere o jornal angolano. Que lembra que, no último corte da produção de petróleo decidido pela OPEP e aliados, em dezembro, “Angola obteve dos parceiros o privilégio de manter a sua quota de produção em 1,481 milhões de barris por dia”.

O jornal refere fontes oficiais para garantir que o país não poderá defender na reunião de hoje “outra coisa que não seja a estabilização dos preços”. Só possível com uma redução drástica da produção, à medida que a pandemia da covid-19 vai paralisando as principais economias mundiais, fazendo com que o excesso de petróleo inunde os mercados e faça cair os preços. A semana passada, o preço do barril chegou a baixar dos 20 dólares, o que, para um país como Angola, onde os custos de produção de petróleo se situam em cerca de 25 dólares, adianta o mesmo jornal, constitui uma “angústia”.

A OPEP é formada pela Arábia Saudita, o principal produtor mundial, Angola, Argélia, Congo Brazzaville, Emirados Árabes Unidos, Gabão, Guiné Equatorial, Irão, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria e Venezuela. Já os aliados são liderados pela Rússia, o segundo maior produtor do mundo, mas incluem, ainda, o Azerbaijão, Bahréin, Brunei, Cazaquistão, Malásia, México, Omã, Sudão e Sudão do Sul.

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