O primeiro-ministro António Costa espera que a Europa não se deixe “contaminar pelo vírus da divisão”, naquela que é “a maior crise desde a II Guerra Mundial”, e que serviu de fundamento à criação da União Europeia. Na sua opinião, o que é relevante para a Europa nesta crise pandémica do novo coronavírus é haver um uma resposta conjunta.
Como afirmou esta amanha, numa entrevista à rádio Renascença, “se é com coronabonds, eurobonds, com emissão de dívida ou apoios diretos com base no Orçamento da União Europeia, isso já são opções técnicas”, o cerne “é a UE ter em conjunto uma capacidade de resposta a um desafio que é comum”.
António Costa sublinhou que a “Europa tem de provar que é capaz de enfrentar um desafio comum e de forma solidária”. O governante salientou ainda que é importante que “a Europa não desista de si própria” e “não dê uma resposta errada à maior crise depois da II Guerra Mundial”.
Depois de passados 70 anos, “seria absolutamente irresponsável deitar abaixo” tudo o que foi construído desde aí.” Costa lembrou que o atual um momento de crise pandémica “só é em que comparável com esse momento pelo qual foi fundada a União Europeia”. Por isso, apelou, “não podemos deixarmo-nos contaminar pelo vírus da divisão”.
Reduzir a dependência
O primeiro-ministro considerou ainda que “a Europa tem de voltar a produzir o que se habituou a importar da China”. Segundo afirmou, “a maior lição” desta pandemia “é que hoje não podemos ter cadeias económicas tão extensas e tão dependentes de um só país que é a China”.
Para António Costa, Portugal tem capacidade para responder a este desafio. Alias, como lembrou, “há empresas a reorientar as suas produções” para fabricar máscaras, vestuário de proteção e em breve vai haver empresas a produzir ventiladores.
Às empresas, António Costa pediu que tenham uma atitude “absolutamente responsável e ética” na travessia deste túnel, que se poderá prolongar por dois ou três meses. Isto depois de ontem terem sido reforçados os poderes da Autoridade para as Condições do Trabalho, devido nomeadamente a denúncias de despedimentos ilegais. “Há várias denúncias que nos têm chegado, mas não creio que sejam muitas”, afirmou.
O primeiro-ministro voltou a frisar a necessidade do confinamento, sublinhando “que isto não é um castigo, não é prisão domiciliária”, mas é essencial para passar este túnel.
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