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António Costa insiste que entrar num novo período de austeridade, após a pandemia do novo coronavírus, seria “contraproducente”.
Em entrevista à “Rádio Observador”, esta terça-feira, o primeiro-ministro salientou que “a crise deste ano é diferente” da que antecedeu a sua entrada no Governo, pelo que “a terapia também tem de ser diferente”.
“É muito importante que se comece a trabalhar num programa de relançamento da economia, porque é a forma de agir sobre a oferta e a procura sem a estar a asfixiar. Todas as medidas de austeridade seriam contraproducentes para a retoma”, realçou o chefe do Governo.
Salários à mercê do decorrer da crise
António Costa frisou que tem de ser feito tudo para que este “seja um episódio conjuntural que não crie danos estruturais” na economia e finanças portuguesas. Para tal, é “fundamental proteger as empresas, empregos e rendimentos”, de moo a que todos fiquem, no final da pandemia, “nas melhores condições possíveis” para o relançar a economia: “Se começarmos a cortar rendimentos, os restaurantes podem reabrir, mas deixam de ter clientes porque não têm dinheiro.”
Apesar de se mostrar avesso aos cortes salariais, Costa não se comprometeu a garantir que se coibiria de o fazer independentemente de tudo. Em vez disso, referiu apenas que “tudo o que sejam medidas de asfixia dos trabalhadores, empresas e famílias será mau para o futuro”.
Tal como não se comprometeu a proteger os rendimentos, o primeiro-ministro também admitiu que “pode não haver condições” para os prometidos aumentos salariais. “Assim como pode”, acrescentou.
Aeroporto internacional é para avançar
Costa também abordou os planos de construção de um novo aeroporto.
O primeiro-ministro defende que “este não é o momento de desinvestir”, mas sim de investir. Embora preveja que “haverá seguramente uma quebra no turismo nos próximos anos”, não se deixa demover.
“O novo aeroporto internacional será sempre necessário e espero que o investimento se mantenha de acordo com o previsto no calendário. Há obrigações contratuais nesse sentido e temos de criar condições para cumpri-las e para que esse investimento seja possível de realizar. Precisamos de maior capacidade aeroportuária. Ganhámos tempo, relativamente ao atraso que tínhamos”, afiançou.
Os contactos de Costa com a Aeroportos de Portugal (ANA) “são no sentido de que é para manter o calendário de investimento previsto”:
“Não obstante o gigantesco prejuízo diário que a ANA está a ter, os contactos vão no sentido de manter o investimento. Nós vamos mantendo os diálogos que tínhamos com as câmaras municipais, sobretudo com a da Moita, para mitigar os efeitos ambientais.”
[notícia atualizada às 11h10]
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