O governo vai avançar para a requisição civil dos motoristas que deverão entrar em greve na segunda-feira “se, quando, e na medida” em que seja adequado, afirmou o primeiro-ministro há momentos após uma reunião de emergência para discutir as medidas de resposta à paralisação que poderá ser confirmada esta tarde após plenário dos trabalhadores em Aveiras de Cima.
“Não daremos passos que agravem o conflito”, assegurou António Costa em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões, confirmando que não haverá para já requisição civil dos motoristas. “Só avançaremos para passos subsequentes se, quando e na medida em que sejam estritamente necessários”.
Na conferência de imprensa após o encontro do gabinete de crise onde estiveram também os ministros do Trabalho, Ambiente, Negócios Estrangeiros, Administração Interna, da Defesa, e ainda o secretário de Estado das Infraestruturas defendeu que o governo foi “responsável” nas medidas adotadas e que teve em vista a defesa dos direitos de “todos os portugueses”.
Sobre o direito à greve pelo grupo de trabalhadores que reclamam das empresas de transporte uma atualização salarial acordada em maio, Costa afirmou que “num regime democrático não há direitos absolutos”.
O líder do governo rejeitou ainda qualquer cálculo eleitoral na atuação perante o cenário de greve que, à semelhança de abril, e caso se confirme, deverá limitar o abastecimento nas bombas do país.
“Não podemos ter considerações eleitorais quando está em causa a segurança das pessoas, a normalidade do funcionamento do país, a tranquilidade dos cidadãos e o funcionamento da nossa economia”, defendeu.”Exerceremos as nossas funções qualquer que seja o custo eleitoral que isso possa ter”.
Para esta greve, o governo impôs serviços mínimos entre 50% e 100% e chamou os militares a assegurar transporte, o que provocou fortes críticas dos sindicatos. A greve é convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de matérias Perigosas e pelo Sindicato Independentes dos Motoristas de Mercadorias, aos quais se associa ainda o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte.
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