//António de Sousa revela que Constâncio sabia de carta sobre riscos na CGD

António de Sousa revela que Constâncio sabia de carta sobre riscos na CGD

Afinal, Vítor Constâncio teve ou não conhecimento da carta de Almerindo Marques, em 2002, a alertar para problemas na concessão de crédito na CGD? O antigo governador do Banco de Portugal tinha dito na Comissão Parlamentar de Inquérito que “não fazia ideia” de “tanto papel que recebi”. Mas o presidente da Caixa nessa altura, António de Sousa, revelou esta terça-feira o Parlamento que soube da missiva do então administrador Almerindo Marques pelo próprio Vítor Constâncio.

“Numa reunião que tive com ele, falou-me do assunto”, disse o antigo presidente da CGD. Em resposta a questões do deputado do PSD, Duarte Marques, António de Sousa disse que a “conversa foi ‘recebi esta carta’ e no crédito estão a fazer umas coisas, mas não disse nada de especial”.

Almerindo Marques escreveu a Vítor Constâncio em 2002 a alertar para “falhas no controlo de risco de crédito”. O antigo administrador do banco terá tido como resposta que o Banco de Portugal não tinha recursos para mandar fazer uma auditoria e que não era oportuno fazê-la no maior banco do país.

A 28 de março o antigo governador do Banco de Portugal tinha dito no Parlamento que não se lembrava dessa carta e que se “isso tivesse sido proposto eu teria aceitado”. Já António de Sousa disse nunca ter tido acesso à carta. Afirma que só teve conhecimento nessa reunião com Vítor Constâncio e desvalorizou o conteúdo da missiva já que, referiu, Almerindo Marques não estava presente nos conselhos alargados de crédito do banco.

Face a esta contradição, Duarte Marques solicitou que fosse analisada pela comissão a hipótese de voltar a chamar Constâncio ao Parlamento.

Atualizada às 12:59

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