O Governo recebe a esta hora o Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP) para, uma vez mais, tentar evitar a greve que arranca a 12 de agosto por tempo indeterminado. É, pelo menos, essa a intenção formulada pelo porta-voz dos camionistas que leva até ao ministro das Infraestruturas a proposta de contrato coletivo de seis anos, que prevê aumentos anuais de 50 euros até 2025.
Durante o fim de semana, Pedro Pardal Henriques desafiou a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) a estar presente no encontro desta manhã, na sede do Ministério das Infraestruturas, sublinhando que uma eventual falta de comparência constitui um sinal de que “quem quer paralisar o país é mesmo a ANTRAM”.
Confrontada pela Renascença com estes argumentos, André Matias de Almeida, porta-voz das empresas diz desconhecer “se essa reunião vai ou não efetivar-se” e, pese embora o esforço do Governo em tentar atingir um entendimento das partes, “a verdade é que não fomos convocados para nenhuma reunião”.
O mesmo responsável diz-se “absolutamente convencido de que nenhum Governo desta democracia, se recebesse um pedido de convocatória de uma entidade no meio de um processo de mediação, não diria nada a essa entidade, ainda que, depois, a ANTRAM pudesse optar por não estar presente”.
Face ao braço de ferro sem fim à vista, a ANTRAM desafia o SMMP a apresentar os documentos oficiais que atestam a realização desta ronda negocial com o Executivo.
Ideia irrealista
André Matias de Almeida considera “irrealista a ideia de que o Governo pudesse estar a negociar com os motoristas nas costas da associação nacional, uma vez que qualquer entendimento depende do acordo das empresas”
E deixa um desafio aos motoristas: “já vai sendo tempo de deixarmos um pouco as palavras de lado e demonstrarmos alguns documentos que, pelo menos, possam dar alguma sustentação àquilo que vai sendo dito na comunicação social”.
Caso contrário, o porta-voz da ANTRAM é “levado a concluir que, uma vez mais, o sindicato tenta ludibriar os portugueses e a comunicação social, dizendo que está muito disponível para negociar, quando, na verdade, não está nem nunca esteve”.
Contudo, a ANTRAM vai estar esta tarde no mesmo ministério no âmbito das negociações sobre o acordo coletivo de trabalho e, embora o tema da greve não esteja previsto à partida, o porta-voz da associação acredita que o assunto venha a ser discutido.
Ainda antes do início da reunião com o Ministério das Infraestruturas, a Renascença tentou contactar o porta-voz do SMMP, mas sem sucesso.
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